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Quiosque que Moise trabalhava tinha administração irregular

Moise foi morto há cerca de 10 dias entre esse quiosque, o Biruta, e um quiosque vizinho, o Tropicália

3 fev 2022 - 20h07
(atualizado às 21h14)
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O quiosque onde o congolês Moise Kabagambe trabalhava no Rio de Janeiro era administrado irregularmente por um policial militar, informou a Orla Rio, empresa responsável pela concessão de quiosques das praias cariocas.

O operador do quiosque Celso Carnaval concedeu de forma ilegal a administração do quiosque Biruta, onde Moise trabalhava como diarista, a um cabo da PM. A Orla Rio move um processo para a reintegração do quiosque.

Moise foi morto há cerca de 10 dias entre esse quiosque, o Biruta, e um quiosque vizinho, o Tropicália. Ele foi espancado até a morte por ao menos três homens.

Segundo a concessionária, as irregularidades no quiosque envolvem também a não comprovação da regularização dos funcionários, desrespeito a regras sanitárias e inadimplência.

Segundo parentes, Moise Kabagambe morreu depois de ser agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho em quiosque da Barra da Tijuca. 
Segundo parentes, Moise Kabagambe morreu depois de ser agredido por cinco homens após cobrar uma dívida de trabalho em quiosque da Barra da Tijuca.
Foto: Facebook/Reprodução / Estadão

O PM prestou depoimento nesta quinta-feira na delegacia responsável pelas investigações sobre a morte do africano.

"Ele não é o dono do quiosque", disse o advogado do cabo, Lennon Ribeiro. "Segundo o Alauir, o Moise era um rapaz tranquilo e não tinha problemas com outras pessoas até 2019, período que ele (o cabo) frequentou o quiosque", acrescentou.

Fontes ligadas às investigações sobre a morte do congolês disseram que nos depoimentos, os três presos negaram que o crime tenha tido um mandante ou sido motivado por racismo ou preconceito de raça ou origem.

A família do congolês foi recebida nesta quinta por representantes da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

"Houve uma série de violações na morte de Moise; com tortura, agressão, corpo amarrado... isso mostra como negros e imigrantes de uma valorização abaixo na sociedade", disse a presidente da comissão, deputada Dani Monteiro.

O irmão de Moise, Djodjo Kabagambe, disse que a família tem recebido "apoio de muita gente de dentro e de fora do país".

"O mundo está vendo a nossa história. Queremos que essas pessoas que fizeram isso com meu irmão paguem por isso", afirmou.

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