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PT vai usar pedido de comitê da ONU para tentar garantir Lula em debates

20 ago 2018 - 13h43
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O candidato a vice-presidente na chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o PT irá usar o pedido do Comitê de Direitos Humanos pela garantia dos direitos políticos de Lula durante a campanha eleitoral, para ingressar na Justiça para que o ex-presidente possa participar dos debates.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante protesto em São Bernardo do Campo, São Paulo 07/04/2018 REUTERS/Leonardo Benassatto
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante protesto em São Bernardo do Campo, São Paulo 07/04/2018 REUTERS/Leonardo Benassatto
Foto: Reuters

"Agora com essa determinação da ONU, nós vamos ingressar na Justiça com esse aval das Nações Unidas para que as prerrogativas da candidatura sejam respeitadas", disse Haddad, depois de sair de mais uma visita a Lula em Curitiba, onde o ex-presidente está preso há pouco mais de quatro meses.

De acordo com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o pedido incluirá que Haddad possa participar dos debates no caso de impedimento de Lula.

Haddad afirmou ainda que o partido está otimista porque "é muito raro que um país desafie as Nações Unidas, especialmente países como o Brasil, que subscreveram tratados internacionais.

"O Estado brasileiro vive um período de democracia desde 1985, não vai desafiar uma recomendação como essa porque tem força no nosso ordenamento jurídico. Vamos aguardar, mas vamos conversar com o país todo nas nossas andanças", afirmou.

Na última sexta-feira, a defesa de Lula comemorou pedido do Comitê de Direitos Humanos da ONU, um órgão formado por especialistas independentes eleitos, que trata do cumprimento dos direitos políticos dos cidadãos dos países signatários do tratado que o constituiu.

O comitê, que não analisou o mérito do caso de Lula, apontou que pode haver dano irreparável e pediu ao Estado brasileiro que o ex-presidente tenha garantido o direito de concorrer à Presidência até que todos os recursos sobre sua condenação sejam julgados e que Lula também tenha garantidos os direitos de campanha, inclusive acesso à imprensa.

O governo brasileiro é signatário do tratado que criou o comitê e que admite o órgão como tendo jurisdição sobre os países. A reação do governo brasileiro, no entanto, foi fria. Em nota, o Itamaraty afirmou que a decisão seria encaminhada ao Judiciário mas teria apenas caráter de recomendação.

CAMPANHA

Haddad informou ainda que começa na terça-feira um périplo por cinco Estados do Nordeste --Bahia, Paraíba, Sergipe, Maranhão e Rio Grande do Norte-- para colocar a campanha de Lula na rua e levar o apoio do ex-presidente ao candidados do partido e aliados.

"Temos a oportunidade de colocar a campanha na rua, o nome do Lula na campanha e levar ao conhecimento das pessoas essa determinação e o plano de governo de Lula", disse o ex-prefeito de São Paulo.

Na maior parte dos Estados do Nordeste, as pesquisas eleitorais indicam uma larga margem de intenção de votos para o ex-presidente, em alguns casos ultrapassando 50 por cento. A avaliação do PT é que Haddad, indicado para substituir Lula com a provável impugnação da candidatura, precisa começar a aparecer para esses eleitores como o indicado do ex-presidente.

Condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá, Lula deve ter sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa.

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