Prisão de Fernando Collor gera repercussão internacional
A prisão do ex-presidente brasileiro Fernando Collor de Mello (1990-1992), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (25), gerou ampla repercussão na mídia internacional. Condenado a oito anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Collor foi detido em Maceió.
A prisão do ex-presidente brasileiro Fernando Collor de Mello (1990-1992), determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (25), gerou ampla repercussão na mídia internacional. Condenado a oito anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, Collor foi detido em Maceió.
Collor, de 75 anos, foi condenado em 2023 a oito anos e dez meses de prisão por corrupção em uma investigação derivada da Operação Lava Jato. A polícia o prendeu "às 4 da manhã" enquanto se preparava para viajar a Brasília para cumprir a decisão judicial, disse seu advogado de defesa, segundo uma nota citada pela imprensa.
O jornal britânico The Guardian publicou uma matéria sobre a prisão de Collor, destacando que ele foi condenado por receber propina de R$ 20 milhões para propiciar contratos entre a BR Distribuidora, uma distribuidora de combustíveis anteriormente controlada pela Petrobras, e a construtora UTC Engenharia. Em troca, Collor ofereceu apoio político para a nomeação de executivos na BR Distribuidora quando ainda era estatal.
A agência de notícias americana AP News também noticiou a prisão, lembrando que Collor foi o primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar.
O jornal espanhol El País também noticiou a prisão de Collor, destacando que ele foi detido em Maceió enquanto tentava se entregar às autoridades. A publicação ressaltou que a condenação de Collor reforça o padrão de responsabilização de ex-presidentes no Brasil desde a redemocratização, com exceção de Fernando Henrique Cardoso.
Collor deve permanecer preso em Maceió "até a decisão do STF", disse a fonte policial. Alguns veículos de imprensa afirmam que ele será transferido a Brasília para começar a cumprir sua pena.
A Justiça o considerou culpado de receber R$ 20 milhões enquanto era senador, entre 2010 e 2014, para "facilitar irregularmente contratos" entre uma construtora e uma antiga subsidiária da Petrobras.
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes e será submetida à homologação do plenário do STF nesta sexta-feira.
Moraes justificou sua decisão considerando que os recursos interpostos pela defesa de Collor contra a condenação de 2023 eram "meramente protelatórios".
Seus advogados receberam a decisão "com surpresa e preocupação", segundo um comunicado à imprensa.