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Política

Temer reconhece reunião com JBS, mas nega ter comprado silêncio de Cunha

17 mai 2017 - 22h22
(atualizado às 22h32)
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O presidente Michel Temer reconheceu que teve uma reunião em março com Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, mas negou que esse encontro serviu para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, preso por participar do escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.

"O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar", afirmou o Palácio do Planalto em comunicado.

"O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República", acrescenta a nota da presidência.

O texto termina dizendo que Temer "defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados".

O jornal 'O Globo' informou nesta quarta-feira que Joesley Batista fechou acordo de delação premiada e fez uma gravação na qual Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha (PMDB-PR) para resolver um problema da holding J&F Investimentos, que controla a JBS. Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma maleta com R$ 500 mil enviados pelo proprietário da JBS.

Nesse encontro, Temer também ouviu de Joesley que este fazia pagamentos mensais a Cunha na prisão para que o ex-presidente da Câmara permanecesse em silêncio. Segundo "O Globo", com base na gravação, Temer disse: "Tem que manter isso, viu?"

A lei impede que o presidente da República seja investigado por fatos ocorridos antes de seu mandato, mas neste caso poderia ser aberta uma investigação, já que os atos descritos aconteceram em março, ou seja, quase um ano depois que Temer assumiu o cargo.

A JBS afirmou em comunicado que "não se pronunciará" a respeito.

EFE   
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