Tarcísio troca elogios com Temer, faz anúncios para prefeituras e recebe afago de Kassab
Tarcísio também elogiou Rodrigo Garcia a quem chamou de "nosso sempre governador"
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), trocou elogios nesta terça-feira, 26, com o ex-presidente Michel Temer (MDB) em um congresso promovido pela Associação Paulista de Municípios (APM). Em aceno aos prefeitos, o governador fez uma série de anúncios de repasses de recursos e equipamentos para os municípios e disse que vai atender ao menos uma demanda de cada prefeito do Estado de São Paulo.
Ao discursar, Temer aconselhou os prefeitos presentes a seguirem o exemplo de Tarcísio e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Em seguida, o governador paulista disse que aprendeu muito com o ex-presidente e que Temer teve coragem e sabedoria ao transformar o Brasil em um País "pró-business" e implementar reformas importantes.
"O tempo e a história farão justiça ao senhor", disse Tarcísio a Temer.
O elogio do governador ocorre após Temer ser criticado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) nas redes sociais. Após o ex-presidente declarar que Eduardo quer salvar Bolsonaro de qualquer maneira, o deputado lembrou que Alexandre de Moraes foi indicado por Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Estamos tentando resolver a imensa crise institucional e política que seu apadrinhado criou no Brasil", escreveu Eduardo no X na segunda-feira, 25. O filho do ex-presidente, como mostraram mensagens reveladas pela Polícia Federal, tem demonstrado incômodo com a possibilidade de Bolsonaro indicar Tarcísio como seu sucessor.
Temer elogiou a parceria entre Tarcísio e Nunes no combate à violência, tema caro ao eleitorado de acordo com as pesquisas mais recentes. Ele destacou que acompanha com frequência, pela internet, a atuação conjunta na área de segurança pública, ressaltando que essa cooperação entre ambos têm gerado resultados significativos no combate à criminalidade.
Já Tarcísio também elogiou o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), denotando uma reaproximação após as eleições de 2022 em que o derrotou no primeiro turno e recusou seu apoio no segundo contra Fernando Haddad (PT). "Nosso sempre governador" e "grande gestor" foram alguns dos elogios utilizados pelo chefe do Executivo paulista.
Como mostrou o Estadão, Garcia trabalha para estar na chapa construída por Tarcísio na eleição de 2026. O ex-governador foi aplaudido pelos prefeitos quando teve o nome mencionado.
O governador anunciou que em breve vai repassar aos municípios 200 ambulâncias e 300 máquinas para fazer a manutenção de estradas rurais. Ele também declarou que 100 hospitais municipais receberão recursos da Tabela SUS Paulista, programa estadual que complementa os valores pagos pelo governo federal por procedimentos médicos na rede pública.
Até o momento, apenas santas casas e hospitais filantrópicos estão inclusas na iniciativa. "Quero dizer q vocês podem e devem contar com o governo de São Paulo", continuou o governador.
Com a APM nas mãos de um aliado, o prefeito de Campos do Jordão, Fred Guidoni (PSD) coube a Gilberto Kassab (PSD) comandar o evento, chamar autoridades à mesa e conduzir a ordem dos discursos. O dirigente também já foi presidente da APM no passado.
O congresso teve forte viés municipalista, com Guidoni defendendo mais repasses para as prefeituras e a aprovação da PEC 25/2022, que aumenta em 1,5% o valor destinado ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
O presidente da APM entregou um par de chuteiras e uma camisa do "time municipalista" para Tarcísio e pediu que o goleiro que enfrentasse o governador na partida de futebol entre os prefeitos o deixasse fazer gols. "Se pegar chute meu, não tem convênio", brincou o chefe do Executivo paulista.
Kassab fez um afago a Tarcísio. "Há unanimidade que o senhor não é apenas líder, mas esperança", disse ele ao governador. "Sob sua liderança, onde o senhor estiver, esses municípios estarão cada vez melhores", acrescentou o dirigente partidário, que também é Secretário de Governo na gestão Tarcísio. O governador é cotado para disputar a Presidência, mas repete que será candidato à reeleição.
Crítica ao projeto sobre isenção do IR
Ele ainda reiterou uma crítica ao projeto de isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), responsabilizando o petista pela queda na arrecadação municipal. "Isenção de Imposto de Renda subtrai receita dos municípios", afirmou.