Sindicato dos atores de SP fiscaliza set de filme sobre Bolsonaro após denúncias
'Dark Horse' está sendo produzido pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), ex-Secretário Especial de Cultura do governo Bolsonaro
O Sindicato dos Artistas de SP realizou uma fiscalização no set do filme sobre Jair Bolsonaro após denúncias, buscando diálogo com a equipe para assegurar condições adequadas aos profissionais; o filme, com lançamento previsto para 2026, retratará a trajetória do ex-presidente.
O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo (Sated-SP) realizou uma ação de fiscalização na última segunda-feira, 8, no set de filmagem do filme Dark Horse, que conta a história do ex-presidente Jair Bolsonaro. A organização afirmou ter recebido "várias denúncias" relacionadas à produção do longa-metragem, mas não detalhou o que diziam essas queixas.
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O filme é uma coprodução americana e brasileira e está sendo gravado em São Paulo. A produção é conduzida pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), que também foi Secretário Especial de Cultura do governo Bolsonaro. A direção está por conta do norte-americano Cyrus Nowrasteh, assim como Bolsonaro é interpretado pelo estadunidense Jim Caviezel.
O Terra entrou em contato com o deputado Mário Frias em busca de um posicionamento sobre as denúncias, mas aguarda retorno. Se houver, o texto será atualizado.
Ainda de acordo com o sindicato, a fiscalização tinha o intuito de dialogar com a equipe e com a produção do filme, "apresentando as denúncias recebidas e solicitando que sejam tomadas as devidas providências para garantir que os artistas sejam tratados de acordo com as regulamentações do Sated".
O sindicato finaliza a divulgação pedindo que atores, figurantes, técnicos ou outros membros da categoria enviem denúncias através da página "Reclame Sated", disponível no site da organização.
Filme Dark Horse
O filme que irá retratar a vida de Jair Bolsonaro está sendo gravado e imagens de cenas vazaram nas redes sociais – como registros referentes ao momento em que o ex-presidente foi vítima de uma facada de Adélio Bispo em 2018, antes de ser eleito. O filme se chamará Dark Horse (“O azarão”, em tradução livre).
Bolsonaro será interpretado por Jim Caviezel, ator estadunidense conhecido por ter dado vida a Jesus no clássico A Paixão de Cristo.“Nas imagens que circulam, é possível ver o ator recriando no set de filmagem o comício em que o ex-presidente foi golpeado.
Com a blusa amarela com a frase “Meu partido é o Brasil”, semelhante à que Bolsonaro usava na ocasião, o ator aparece sendo carregado nos braços de seus apoiadores após a facada. Na vida real, Adélio Bispo, reconhecido pela polícia como o autor da facada, segue detido. As investigações concluíram ele agiu sozinho.
No filme, Jair Bolsonaro será retratado como um “improvável vencedor” das eleições, em narrativa heroica. Além da corrida eleitoral de 2018 e sua trajetória política, o longa-metragem também mostrará o passado militar de Bolsonaro.
Outros atores escalados para a obra são Marcus Ornellas, galã brasileiro que mora no México há duas décadas, que foi escalado para interpretar o senador Flávio Bolsonaro; e Edward Finlay, norte-americano conhecido por participar de filmes como + Velozes + Furiosos (2003) e Bad Boys II (2003), que viverá o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O lançamento está previsto para 2026, ano de eleições para a Presidência no Brasil. Jair Bolsonaro não concorrerá por estar inelegível. A indicação do ex-presidente é que seu filho Flávio Bolsonaro seja seu sucessor. Em meio a pressões e impasses internos na própria direita, Flávio, porém, já indicou que pode não seguir até o final do processo -- frisando ter um "preço" para que desista de sua candidatura: "Bolsonaro livre" e "nas urnas".
