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Política

PT não elege prefeitos na Grande São Paulo e corre risco de ser varrido de seu berço político

Entre os 39 municípios que compõem a região, a sigla do presidente Lula conseguiu avançar para o segundo turno somente em Mauá e Diadema, onde candidatos petistas possuem os maiores índices de rejeição

8 out 2024 - 12h11
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O PT fracassou em eleger candidatos na Grande São Paulo no primeiro turno das eleições municipais deste ano, mesmo com Lula no Palácio do Planalto. A sigla do presidente petista conseguiu conquistar espaço somente em duas das 39 cidades que compõem a região, ambas no ABC paulista, reduto eleitoral do partido. Os candidatos estarão novamente nas urnas no dia 27 de outubro, porém, com índices altos de rejeição entre os eleitores.

Nem em São Bernardo do Campo, berço político do PT, o candidato petista obteve bons resultados. O deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), irmão do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, finalizou a disputa em terceiro lugar, com 23,09% dos votos (96.426). Marcelo Lima (Podemos) e Alex Manente (Cidadania) se enfrentarão no segundo turno no município.

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião realizada no Palácio do Planalto para tratar dos sites e aplicativos de apostas on-line.
O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante reunião realizada no Palácio do Planalto para tratar dos sites e aplicativos de apostas on-line.
Foto: WILTON JUNIOR/Estadão / Estadão

A presença de Lula na região era esperada para ajudar a alavancar o candidato que, embora seja deputado estadual há uma década, é pouco conhecido na cidade. No entanto, o presidente frustrou as campanhas de Luiz Fernando e de Fillipi, atual prefeito de Diadema. Lula havia planejado uma visita nos dias 28 e 29 de setembro, em São Bernardo e Diadema, respectivamente, mas o líder do Executivo cancelou as agendas.

Correligionários afirmaram que a militância petista ficou magoada com o presidente e quem esperavam uma presença de Lula ao menos no sábado, 5, quando ele participou de um ato de campanha de Guilherme Boulos (PSOL), na Avenida Paulista.

Anteriormente à Coluna do Estadão, o presidente estadual do PT, deputado federal Kiko Celeguim, chegou a dizer que a ida a São Paulo poderia ecoar para toda a região metropolitana. "Não se trata de gostar mais de um ou de outro, se trata de você dar uma ressonância maior para a agenda", afirmou. Durante a campanha eleitoral, petistas utilizaram inserções de falas antigas do presidente nas rádios, enquanto aguardavam na "fila" a presença do presidente.

A expectativa da campanha de Luiz Fernando era que Lula retornasse para fortalecer a disputa do petista no segundo turno, o que não será possível ao menos para Luiz Fernando. "Foi um balde de água fria", afirma um integrante da equipe do candidato. Em Diadema, o atual prefeito Fillipi, que enfrenta Taka Yamaguchi (MDB), terá como desvantagem sua alta rejeição de 37,5% frente à 24,9% do emedebista, de acordo com o último levantamento do instituto Paraná Pesquisas (SP-01580/2024).

Em Mauá, o prefeito Marcelo Oliveira (PT) buscará a reeleição no segundo turno contra Atila Jacomussi (União Brasil). A rejeição dos eleitores aos dois candidatos é bastante próxima, mas o petista ainda lidera com 6 pontos porcentuais a mais - 36,9% ante 30,4%.

Em Santo André, Bete Siraque (PT) ficou em segundo lugar com 15,88% dos votos (57.665). Gilvan (PSDB) venceu no primeiro turno apoiado pelo atual prefeito do município, Paulo Serra (PSDB). Jair Meneguelli (PT) encerrou a corrida eleitoral com 4,23% dos votos (4.315) em São Caetano. A cidade, que tem um perfil altamente conservador e nunca teve um prefeito de esquerda, elegeu Tite Campanella (PL), com 59,61% dos votos (60.858).

O cenário também não foi favorável para a sigla em outros municípios considerados importantes para Lula, como Guarulhos e Osasco. Alencar ficou em quarto lugar com 9,67% dos votos (62.031) em Guarulhos, onde o segundo turno será disputado entre Lucas Sanches (PL) que obteve 33,25% dos votos (213.212) e Elói Pietá (Solidariedade), escolhido por 29,81% (191.188) dos eleitores. Pietá já foi prefeito da cidade em 2004, quando era filiado ao PT. A sigla comandou o município até 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, que deixou a legenda sem nenhuma cadeira nos Executivos da região.

Em Osasco, Gerson Pessoa (Podemos) foi eleito com 75,28% dos votos (285.998), deixando o ex-prefeito Emidio de Souza (PT) em segundo lugar com 15,07% (57.245). O petista também esteve à frente do município pelo Partido dos Trabalhadores entre 2004 e 2012.

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