Moraes diz que reunião com Galípolo foi para discutir Lei Magnitsky e não cita Banco Master
Ministro do STF diz que falou de consequências da sanção imposta por Trump; manifestação é publicada após jornalista reportar suposto encontro dos dois para falar da crise no Master
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse nesta terça-feira, 23, que as reuniões com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foram para tratar de efeitos da Lei Magnitsky, imposta pelo presidente americano Donald Trump contra o magistrado em julho.
As declarações de Moraes ocorrem após a publicação de informações de que ele supostamente teria pressionado Galípolo e a autoridade monetária a aprovarem uma solução para o Banco Master, que acabou liquidado pelo BC em 18 de novembro, no contexto de um inquérito que apura fraudes bilionárias no mercado de crédito.
Moraes foi sancionado em julho em um contexto de pressão da Casa Branca para que ele recuasse no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma organização criminosa em uma tentativa de golpe de Estado.
Já a advogada Viviani Barci, mulher de Moraes, foi incluída na lista mantida pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros em setembro, num gesto de retaliação após a Primeira Turma do STF condenar Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.
No último dia 12, porém, Trump retirou o ministro e Viviane a lista de alvos da sanção pela Magnitsky. Nos últimos meses, o presidente americano tem se reaproximado do governo brasileiro e teve encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os negócios da família Moraes se tornaram alvo de escrutínio após o escândalo do Master, que tem o escritório liderado por Viviane como seu representante legal nos tribunais, no Congresso e na Receita Federal. Conforme revelado pelo O Globo, a empresa firmou contrato com o banco de Daniel Vorcaro que lhe garante R$ 3,6 milhões por mês entre 2024 e 2027. Caso o contrato tivesse sido cumprido integralmente, o escritório Barci de Moraes receberia R$ 129 milhões até o início de 2027.
Nesta segunda-feira, 22, o senador Alessandro Vieira anunciou que colherá assinaturas para uma CPI sobre o contrato e sobre a suspeita de que Moraes teria feito contatos com Galípolo em prol do Master.