Ministro do Turismo, Celso Sabino é expulso do União Brasil por continuar no governo Lula
Deputado licenciado, Sabino se recusou a cumprir ordem do partido para entregar o cargo
BRASÍLIA - O ministro do Turismo, Celso Sabino, foi expulso nesta segunda-feira, 8, dos quadros do União Brasil. A decisão foi tomada porque Sabino desobedeceu à ordem para entregar o cargo depois que a cúpula do partido decidiu romper com o governo Lula.
Sabino enfrentou processo na Comissão de Ética do União Brasil e já havia dito que não podia cumprir o "ultimato" dado pela legenda e sair do governo às vésperas da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30), realizada em novembro, no Pará.
"Saio com o sentimento de que fui injustiçado, mas saio com a cabeça erguida", afirmou Sabino. "Sigo ao lado do melhor presidente que o Brasil já teve, que é o presidente Lula".
Em outubro, o ministro já havia dito, em entrevista ao Estadão, que estava decidido a permanecer na equipe de Lula, mesmo sob risco de expulsão.
"Quando você fala do primeiro escalão, de um ministério, você não está falando da administração de uma quitanda da esquina. Nada contra as quitandas da esquina, mas a gente tem projetos que estão em andamento", argumentou ele, na ocasião.
Pré-candidato ao Senado pelo Pará, nas eleições de 2026, Sabino está em negociação para se filiar ao Republicanos, outro partido que compõe o Centrão.
De início, sua intenção era entrar no MDB, mas o governador do Pará, Helder Barbalho, que é um dos expoentes do partido, também concorrerá ao Senado. A segunda vaga de senador na chapa está prometida para o presidente da Assembleia Legislativa, conhecido como deputado Chicão, mais um integrante do MDB, assim como a vice-governadora, Hana Ghassan Tuma, que disputará a sucessão de Barbalho.
Embora o União Brasil tenha decidido romper com o governo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), é um dos comandantes da sigla presidida por Antônio Rueda e, apesar de estar em atrito com Lula, mantém indicados no primeiro escalão. Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Comunicações, Frederico Siqueira, foram indicados por Alcolumbre.