Mais de 27% dos lares em Salvador vivem em risco de insegurança alimenta; diz levantamento
O dado preocupa por evidenciar a persistência da fome mesmo em grandes centros urbanos. Na capital baiana, entre os mais de 52 mil lares avaliados, mais de um quarto não possui garantia de acesso regular a alimentos
Salvador lidera o ranking nacional entre as capitais brasileiras com o maior percentual de lares em risco de insegurança alimentar. De acordo com levantamento recente, mais de 27% dos domicílios da capital baiana enfrentam dificuldades para garantir alimentação suficiente e adequada.
O dado preocupa por evidenciar a persistência da fome mesmo em grandes centros urbanos. Na capital baiana, entre os mais de 52 mil lares avaliados, mais de um quarto não possui garantia de acesso regular a alimentos, revelando uma vulnerabilidade estrutural que afeta milhares de famílias.
A identificação do risco é feita por meio da Triagem para Risco de Insegurança Alimentar (TRIA), uma metodologia nacional que integra os serviços de saúde, assistência social e segurança alimentar. O instrumento busca identificar precocemente situações de vulnerabilidade alimentar para orientar políticas públicas mais eficazes.
Embora o Brasil tenha saído oficialmente do Mapa da Fome da ONU em 2023, com menos de 2,5% da população em situação de subalimentação crônica, os dados internos revelam que a insegurança alimentar ainda é um problema significativo em diversas regiões, especialmente no Nordeste.
Especialistas apontam que o cenário exige maior articulação entre União, estados e municípios. Medidas como ampliação da transferência de renda, fortalecimento da agricultura familiar, programas de alimentação escolar e apoio a cozinhas comunitárias são consideradas fundamentais para reverter o quadro.
Além disso, políticas locais também desempenham papel estratégico. Municípios que investem em redes de proteção social integradas, como programas de merenda, incentivo à produção local e ações de assistência básica, têm conseguido mitigar os efeitos da fome, mesmo diante de restrições orçamentárias.
O avanço da insegurança alimentar em Salvador reforça a urgência de soluções estruturantes e contínuas. O combate à fome exige ação coordenada e permanente para garantir o direito humano à alimentação e a dignidade de milhões de brasileiros.