Líder do PL sai em defesa de Eduardo Bolsonaro: 'Quero garantir que ele vai terminar o mandato'
Após reunião com Jair Bolsonaro na Câmara, parlamentares da sigla se manifestaram a favor do deputado licenciado, atualmente nos EUA
Líder do PL, Sóstenes Cavalcante, defendeu Eduardo Bolsonaro, ausente nos EUA após o fim da licença parlamentar, garantindo apoio para que ele conclua o mandato apesar do risco de perda por não comparecer às sessões da Câmara.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara dos Deputados, saiu em defesa de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos mesmo após o fim da licença parlamentar, e disse que vai 'garantir' que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) 'terminará o mandato'.
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A declaração se deu em entrevista coletiva dos membros do PL, na Câmara, na tarde desta segunda-feira, 21. À imprensa, Sóstenes Cavalcante afirmou que a sigla adotar 'matérias legislativas e soluções políticas' em defesa ao mandato de Eduardo Bolsonaro.
"Tudo [o que for possível] para o Eduardo Bolsonaro, toda a bancada do PL e da oposição, nós faremos. No nosso caso, quero garantir que ele vai terminar o mandato. Qual é a forma que vamos usar para isso? Seja votando matérias legislativas ou com soluções políticas", disse, sem detalhar as estratégias do partido.
O deputado ainda afirmou que Eduardo Bolsonaro exercerá o mandato parlamentar 'onde mora hoje', ou seja, nos Estados Unidos. O regimento interno da Câmara dos Deputados, no entanto, não prevê o exercício de mandato no exterior.
A licença de Eduardo Bolsonaro chegou ao fim oficialmente neste domingo, 20. Ele deve ser reconduzido automaticamente ao cargo, mas, nos Estados Unidos, não deve comparecer às sessões parlamentares e pode, por isso, perder o mandato mais à frente.
Em entrevista à Coluna do Estadão no último dia 14, Eduardo comentou a sua situação. "Por ora, eu não volto [para o Brasil]. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender. Estou falando com alguns assessores. Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil."
Eduardo Bolsonaro pediu licença do cargo como deputado federal em 18 de março de 2025. À época, solicitou 122 dias: dois para tratamento de saúde e 120 por motivos particulares. Em entrevista, justificou: "Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem". Sua vaga foi assumida pelo suplente José Olímpio (PL-SP).
Atualmente, conforme o Art. 235 do Capítulo III do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, um parlamentar pode obter licença para "tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa".
Um deputado federal só tem declarada sua vacância em três casos: morte, renúncia ou perda de mandato. O Art. 240 destaca que perde o mandato quem "deixar de comparecer, em cada sessão legislativa ordinária, à terça parte das sessões extraordinárias da Câmara, salvo licença ou missão autorizada".

