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Política

Ex-presidente da Petrobras diz que refinaria foi bom negócio

José Sérgio Gabrielli abasteceu deputados petistas com dados sobre compra de refinaria nos Estados Unidos

8 abr 2014 - 15h07
(atualizado às 16h17)
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Ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli (com a mão no queixo) antes do início da reunião da bancada do PT na Câmara
Ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli (com a mão no queixo) antes do início da reunião da bancada do PT na Câmara
Foto: Fernando Diniz / Terra

O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli afirmou nesta terça-feira a deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) que a compra da refinaria de Pasadena pela estatal foi um bom negócio em 2006 e que os números divulgados até agora foram distorcidos pela oposição. Gabrielli chamou de mentirosa a versão segundo a qual a belga Astra Oil teria comprado a unidade por US$ 42 milhões e que a Petrobras teria adquirido toda a refinaria em um negócio que custou mais de US$ 1 bilhão.

Segundo o que foi divulgado pelo ex-dirigente, a Astra Oil comprou a refinaria com uma dívida de US$ 200 milhões e investiu US$ 84 milhões para atender a condições ambientais. A Petrobras pagou, só pelos ativos da refinaria, US$ 486 milhões. O valor que chega a US$ 1,18 bilhões incluem estoques comprados e revendidos. “Portanto, o custo da refinaria foi 486 milhões de dólares e ela, originalmente, incluía na dívida, era 336 milhões. Portanto, um negócio absolutamente normal”, disse.

As informações de Gabrielli vão servir de munição para os petistas defenderem a Petrobras enquanto a oposição tenta investigar a estatal em CPIs no Congresso. "Vim dizer aos meus companheiros da bancada os fatos para combater as distorções que eleitoralmente o PSDB e a oposição está fazendo para tentar atingir o governo da presidente Dilma", afirmou.

O ex-presidente da estatal, atualmente secretário de Planejamento do governo da Bahia, evitou entrar em detalhes sobre a nota divulgada pela presidente Dilma Rousseff, que presidia o Conselho de Administração da Petrobras quando a compra foi fechada. Em uma carta enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, Dilma diz que o conselho se baseou em um relatório falho e que dificilmente teria aprovado a compra caso tivesse conhecimento de duas cláusulas do contrado.

“É correta a visão da presidente que não tinha todas as informações, como é correto que o negócio foi correto. São duas coisas absolutamente compatíveis e perfeitamente explicadas”, disse.

Para Gabrielli, a compra da refinaria acompanhava uma estratégia da Petrobras desde 1999, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, de refinar petróleo nos Estados Unidos. “A segunda ideia que precisa ser desconstruída porque é falsa, a de que foi um mau negócio. A refinaria foi um bom negócio naquele momento, ela refletia uma estratégia que a Petrobras vinha definindo desde 1999, que era uma estratégia de conseguir refino nos EUA, portanto era uma estratégia do governo anterior ao nosso”, disse.

Deputados petistas consideraram satisfatório a fala de Gabrielli. “Nossa bancada saiu muito satisfeita e mais preparada para o debate”, disse.

Fonte: Terra
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