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Política

Diretor deu aval para reverendo pagar o triplo por vacina

Reportagem do 'Jornal Nacional' mostrou que religioso negociava 400 milhões de doses da AstraZeneca com a Davati

4 jul 2021 - 08h57
(atualizado às 09h45)
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O Ministério da Saúde aceitou pagar US$ 17,50 por dose de vacina da AstraZeneca, um valor valor três vezes maior do que a pasta desembolsou em janeiro a um laboratório indiano, em negociação conduzida pelo reverendo Amilton Gomes de Paula com a empresa americana Davati com aval de Lauricio Monteiro Cruz, diretor de Imunização do Ministério da Saúde. A informação é do 'Jornal Nacional'.

Reverendo Amilton Gomes registra encontro no Ministério da Saúde; Dominguetti (o primeiro dà esquerda), Cruz (ao meio) e major da Força Aérea Hardaleson Araújo de Oliveira (segundo à direita) também marcaram presença
Reverendo Amilton Gomes registra encontro no Ministério da Saúde; Dominguetti (o primeiro dà esquerda), Cruz (ao meio) e major da Força Aérea Hardaleson Araújo de Oliveira (segundo à direita) também marcaram presença
Foto: Reprodução

E-mails obtidos pela reportagem do jornal mostram que a Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) e o reverendo, que fundou a entidade, estavam copiados na troca de mensagens para compra de vacinas. Os contatos começaram no final de fevereiro.

Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, confirmou ao 'JN' que estava copiado na troca de e-mails. 

Após as mensagens reforçando o aval para a negociação, o reverando postou em uma rede social foto de um encontro no Ministério da Saúde. "Senah faz reunião no ministério para articulação mundial em busca de vacinas e para a consecução de uma grande quantidade dos imunizantes a ser disponibilizada no Brasil”, escreveu na legenda. 

A negociação não acabou se concretizando após o secretario Élcio Franco ser exonerado da Saúde no final de março. 

Amilton Gomes circula por Brasília e já posou com Flávio Bolsonaro
Amilton Gomes circula por Brasília e já posou com Flávio Bolsonaro
Foto: Reprodução

Na última semana, o policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que se apresentou como intermediador na mesma negociação, acusou Roberto Ferreira Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, de cobrar propina de US$ 1 por dose para fechar o contrato. 

Dominguetti, que aparece na imagem postada pelo revenrendo, disse em depoimento que o imunizante vendido pela Davati era de US$ 3,50 por dose.

Fonte: Redação Terra
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