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Política

Desembargador preso pela PF recebeu salário de mais de R$ 125 mil em novembro

No mês anterior, Macário Judice Neto chegou a receber R$ 157 mil do Tribunal Regional Federal da 2ª Região; ele foi preso nesta terça-feira, 16

16 dez 2025 - 16h21
(atualizado às 16h26)
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RIO - O desembargador Macário Judice Neto, preso por suspeitas de irregularidades envolvendo a condução do caso do ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias, recebeu, em novembro deste ano, R$ 125.670,16, entre salário e benefícios, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Em outubro, o valor chegou a R$ 157.961,75.

Desembargador do TRF-2 desde 2023, Macário Judice é um dos alvos da segunda fase da Operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun. Na primeira fase, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), foi preso. Ele foi solto dias depois, após deputados da Alerj votarem para revogar sua prisão.

Macário Judice Neto, desembargador que relata o caso TH Joias no TRF-2, foi preso na manhã desta terça, 16
Macário Judice Neto, desembargador que relata o caso TH Joias no TRF-2, foi preso na manhã desta terça, 16
Foto: Reprodução/Rede Social / Estadão

A PF apura o suposto envolvimento de Macário, que atuou na Operação Zargun, no vazamento de informações. Ele foi relator do processo que envolve TH Joias, preso por suspeita de envolvimento com a facção Comando Vermelho. A operação foi deflagrada em setembro para investigar uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas e armas e resultou na prisão do então deputado.

Em valores líquidos, Macário Judice Neto teve uma remuneração de R$ 80.580,06 em novembro e de R$ 127.869,67 em outubro. A Constituição determina que nenhum servidor público pode ganhar mais que um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2024, o salário máximo permitido foi de R$ 44.008,52 mensais. Em 2025, o valor subiu para R$ 46.366,19.

Juízes como Macário, porém, acabam "furando" o teto com verbas que são classificadas como indenizatórias por decisões administrativas a todos os integrantes da categoria e pagas de forma permanente, quando deveriam ser eventuais e transitórias, como remuneração por acúmulo de serviço e auxílio saúde.

Os pagamentos acima do teto constitucional a juízes somaram R$ 10,5 bilhões em 2024 no Brasil, de acordo com estudo do Movimento Pessoas à Frente. O crescimento foi puxado por verbas indenizatórias conhecidas como "penduricalhos", que entram no contracheque dos magistrados sem respeitar o limite e sem pagar Imposto de Renda.

Estadão
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