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Política

Cunha refuta acusações da Lava Jato: “posso explicar”

Deputado negou qualquer envolvimento em esquema de corrupção dentro da Petrobras

9 mar 2015 - 13h49
(atualizado às 15h57)
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<p>Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). </p>
Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), refutou nesta segunda-feira, durante um almoço com empresários no Rio de Janeiro, qualquer acusação a seu respeito em relação às investigações da Operação Lava Jato. “A petição do procurador é uma piada. Refuto totalmente as acusações e não posso ser acusado por requerimentos feitos por outros deputados. Posso explicar tudo e vou explicar sempre que for preciso. O estranho é o procurador escolher a quem investigar. No Facebook coloquei muito mais razões para ele investigar o senador Delcidio Amaral e (ele) não abriu inquérito contra o senador Delcidio. Não tenho nada contra o senador. Mas é importante ver se o mesmo critério deveria ser para todos e não é o que está acontecendo”, disse Cunha que está na lista de nomes a serem investigados por possível envolvimento no esquema de corrupção deflagrado dentro da Petrobras.

Questionado pelos jornalistas se a presidente Dilma Rousseff (PT) recorreu ao vice-presidente para acalmar os ânimos no PMDB, Cunha minimizou e disse que ninguém está exaltado. “Ninguém tá brabo (sic) e ninguém precisa ser amansado", falou. Defendendo seu companheiro de partido Michel Temer, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que também estava no evento, alegou que o vice-presidente é “muito subutilizado”. “Ele tem muito trânsito no Congresso e eu daria mais missões pra ele”, disse. Cunha concordou com Pezão. "Mais do que enfraquecer o PMDB, o que o governo quis foi enfraquecer o Congresso."

Eduardo Cunha reafirmou que houve uma motivação política na lista de Janot. "Houve uma tentativa de dividir o ônus da crise que está instalada dentro do poder executivo com o legislativo, principalmente às vésperas das manifestações marcadas para o próximo dia 15", afirmou. "A corrupção não é da Petrobras, é do governo. Quem tem que combater isso é o governo. A atitude foi política. Por que o tesoureiro do PT passou a ser competência do Supremo?", questionou. Eduardo Cunha evitou criticar o ministro Teori Zavascki, que, de acordo com ele, apenas concordou com Janot. 

E foi além dizendo que para incluir o senador Antonio Anastasia, do PSDB, era preciso validar as declarações de um policial que também falava dele. "Se servia para o Anastasia, também serviria para mim", disse. Cunha disse que está à disposição da CPI da Petrobras para dar esclarecimentos e vai responder às acusações ponto a ponto. "Pode marcar amanhã se quiser", disse. Ele negou também envolvimento em aluguel de navio para a Petrobras em 2006. "Naquele ano eu era da oposição. Quem falou vai ter que explicar".

O presidente da Câmara disse que não acredita que o panelaço de domingo à noite tenha sido organizado. "O fato é que tem muita gente descontente. Mas falar em impeachmente é golpe. E precisamos encontrar um jeito de votar a proposta de ajuste fiscal para por fim a crise econômica", comentou, afirmando que não há queda de braço: "A crise política compromete a confiabilidade mas não a responsabilidade que temos com o país", disse, afirmando que ainda não tem data para analisar uma possível instalação da CPI do Setor Elétrico, o que poderia agravar ainda mais a crise entre os dois poderes. "Os poderes são independentes e harmônicos. Mas sem confiabilidade a harmonia tem que estar presente. Não vou fazer da presidência da Câmara lugar de retaliação contra o governo", disse, afirmando que vai seguir à frente do cargo durante as investigações. 

No fim Eduardo Cunha disse que vê com normalidade o encontro de amanhã entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff. "O presidente Lula é um animal político com toda capacidade. Eles se encontrarem é normal. O problema é a efetiva ação política do governo que desde que começou o segundo mandato, não mudou. Vamos ver se eles conseguem acertar o passo". Sobre o futuro do PMDB no governo, Cunha disse que não pode falar sobre o partido, mas vê que seu partido está cada vez mais distante do PT. "Coalização é feita por iguais e estamos com posições cada vez mais divergentes. O PT está se isolando desde o ano passado. Eles é que tem que saber o caminho que vão adotar", disse lançando desde já o nome do prefeito do Rio, Eduardo Paes como nome do partido à presidência da República. "Se ele fizer uma grande olimpíada não vejo oposição."

PEZÃO VOLTA A NEGAR

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), também negou qualquer envolvimento em esquemas de corrupção. "Estou à disposição desde o primeiro momento. Estou tranquilo. Não pedi, não tive ajuda de campanha e não tive conversa nenhuma com o senhor Paulo Roberto Costa, nem com ninguém da Petrobras”, falou.

Sobre o discurso da presidente Dilma na noite de ontem, Pezão reconheceu que “ajustes são necessários” e que a presidente “tem que explicar (as denúncias)”. “É uma transição, o estado depende do petróleo e precisa deixar aos poucos essa dependência”, completou.Questionado sobre o panelaço em protesto contra o discurso da presidente, Pezão falou que estava em Piraí (RJ)  e que não ouviu nenhuma manifestação por lá. 

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Fonte: Terra
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