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Política

Construtoras denunciam propina e fraude no Minha Casa, Minha Vida

27 abr 2013 - 08h58
(atualizado às 09h14)
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Construtoras que atuam com o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal, em cidades com menos de 50 mil habitantes denunciaram a cobrança de propina por parte da RCA Assessoria, correspondente bancária do banco Luso Brasileiro, para quem o Ministério das Cidades repassa as verbas do programa habitacional. O esquema, segundo O Globo, envolveria comissões de 10% a 32% dos valores das obras, pagos à construtora Souza e Lima, de Valdemar de Souza Júnior e Valter Lima, engenheiro e gerente-geral da RCA, ambos ex-funcionários do Ministério da Cidades. O ex-diretor de Produção Habitacional da pasta e sócio da RCA, Daniel Vital Nolasco, seria responsável pelas negociações junto às empreiteiras - em outra ação, Nolasco é acusado de criar o esquema que envolve a abertura de empresas de fachada para fraudar o MCMV. O pagamento da propina data do início do MCMV, em 2011, de acordo com recibos de pagamentos obtidos pelo jornal fluminense.

<p>Cada edifício custou R$ 2 milhões da verba total de R$ 27 milhões liberada pela Caixa Econômica Federal para a construtora</p><p> </p>
Cada edifício custou R$ 2 milhões da verba total de R$ 27 milhões liberada pela Caixa Econômica Federal para a construtora
Foto: Marcio Babsky / Futura Press

Os empreiteiros afirmam que, em alguns casos, as obras não puderam ser concluídas porque as empresas se recusaram a pagar a comissão. Em outras situações, após a construção dos primeiros imóveis, as construtoras não conseguiram continuar no programa porque se negaram a pagar a cifra. Uma das empresas chegou a questionar o banco Luso Brasileiro sobre a cobrança da taxa, mas a instituição teria respondido que não cobrava nada e que, se a companhia fazia pagamento, era porque queria. Outra empreiteira enviou ofício alertando que a cobrança do valor faria as obras pararem, mas o Luso Brasileiro diz que nunca recebeu o documento. Além desse, os bancos Bonsucesso, Paulista, Schahin, Tricury e Morada são representados pela RCA, que afirma ter construído 80 mil casas populares - o Ministério das Cidades não sabe informar quantas obras foram intermediadas pela assessoria. A pasta abriu auditoria, e o Senado aprovou que o Tribunal de Contas da União audite o programa habitacional.

Fonte: Terra
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