Bibo Nunes: quem é vice-líder que entrou em rota de colisão com líder do PL
"Um vice-líder deve lealdade ao seu líder", disse Sóstenes Cavalcante ao destituir Nunes
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A sessão que analisou a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), nesta quarta-feira, 10, expôs divergências internas no PL. O vice-líder da sigla, Bibo Nunes (PL-RS), entrou em conflito direto com o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), após orientar voto diferente da liderança.
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"Eu aqui defendi a cassação o tempo todo, que ele merece, mas o jogo mudou. Saber perder é uma grande vitória", afirmou Nunes ao anunciar que mudaria sua orientação para absolver Braga. Em seguida, dirigiu-se aos colegas: "Cobrarei vocês depois".
Pouco depois, Sóstenes usou a tribuna para destituí-lo da função. "Vice-líder desta liderança que veio aqui e fez uma orientação diferente da sua liderança. Portanto, como líder, ele, a partir de hoje, não é mais o meu vice-líder", declarou. "Um vice-líder deve lealdade ao seu líder".
Quem é Bibo Nunes
Alcibio Mesquita Nunes, conhecido como Bibo Nunes, é natural de Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul. Com carreira iniciada na televisão ainda na década de 1980, ele se tornou apresentador de telejornais no estado. Entre 1983 e 1986, exerceu mandato de vereador em Cruz Alta pelo MDB. Iniciou um curso de Radialismo na Feplam, em Porto Alegre, mas não concluiu.
Voltou a disputar eleições em 2014, quando concorreu à Câmara dos Deputados pelo PSD e não foi eleito. Em 2016, tentou uma vaga na Câmara Municipal de Porto Alegre pelo PMDB, novamente sem sucesso.
O retorno ocorreu em 2018, quando se aproveitou do crescimento do PSL de Jair Bolsonaro e venceu a eleição para deputado federal com 91.664 votos. Em 2022, já filiado ao PL, foi reeleito com 76.521 votos.
A votação sobre Glauber Braga
A Câmara aprovou, nesta quarta-feira, 10, um requerimento de preferência que trocou a cassação do mandato de Glauber Braga por uma suspensão de seis meses. O resultado foi anunciado pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB): 318 deputados votaram contra a cassação, enquanto 141 foram favoráveis; houve três abstenções.
Braga respondia à Representação 5/2024, apresentada pelo Partido Novo, sob alegação de quebra de decoro parlamentar. O processo foi motivado pelo episódio em que o deputado expulsou do plenário, com chutes e empurrões, o integrante do MBL Gabriel Costenaro, em abril de 2024.
O Conselho de Ética havia recomendado a perda do mandato, com parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) por "abuso das prerrogativas parlamentares".
Antes da votação, aliados do parlamentar tentaram retirar o tema da pauta, mas o requerimento foi rejeitado por 245 a 171 votos. Na véspera, Braga ocupou a cadeira da presidência da Câmara em protesto e acabou removido à força pela Polícia Legislativa.
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