Ambulante diz que família trocou Lula por Bolsonaro e cita 'renda garantida' com venda de bandeira do Brasil
A vendedora Cinthia Batista conversou com a reportagem do Terra neste domingo, 29, antes de ato convocado por Bolsonaro na Avenida Paulista
Ambulante e sua família trocaram apoio a Lula por Bolsonaro, destacando que eventos do ex-presidente garantem renda com a venda de produtos, enquanto priorizam o sustento acima de ideologias.
Cercada por dezenas de bandeiras do Brasil e de Israel-- algumas das quais personalizadas com temas religiosos-- a ambulante Cinthia Batista, 38, é pragmática ao afirmar que as vendas realizadas durante a manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo, 29, são sinônimos de 'renda garantida'.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
No ato, realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, a comerciante exibe produtos, como bandeiras e camisetas, com mensagens como 'Anistia já' e 'Fora, Lula'. Ao Terra, ela explica que quem define o 'design' dos produtos são os 'patriotas': "Sempre que a gente vem trabalhar em evento do Bolsonaro, a renda é garantida."
"[Os patriotas] são quem nos direcionam o material a ser fabricado. Então, sempre que tem um chamado de manifestação nas redes sociais, a gente já faz as blusas, como a 'Anistia já' e 'Fora, Lula', e diversos outros fatores que os patriotas estão lutando, como liberdade de expressão", conta.
Enrolada em uma bandeira, Cinthia se diz 'totalmente de direita', assim como sua família. No entanto, a comerciante revela que era apoiadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua juventude.
"Nunca cheguei a votar [no Lula] porque era menor de idade, mas eu gostava porque minha família, minha avó, minha bisavó, eram apoiadores do Lula. Hoje, até minha avó mudou 'de partido' devido às situações que vêm acontecendo, algumas atitudes que são inadmissíveis, então bastante gente da minha família mudou", diz.
O lado político, no entanto, não impede a comerciante de atuar em outros tipos de manifestação como, por exemplo, a Parada LGBT+ de São Paulo. A renda para Cinthia e sua família, segundo ela, é a prioridade.
"É trabalho e a gente precisa, a gente tem que respeitar e não julgar. Independentemente de ser outros eventos, de esquerda ou de direita, a gente precisa ganhar dinheiro, porque a gente é brasileiro e se vira como pode. Eu tenho uma filha de 20 anos que faz enfermagem e outros dois menores, então tenho que levar o sustento para casa", finaliza.

-r1csinahodpd.jpg)
