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Polícia

Tensão marca início do julgamento de ativistas no Rio

Ativistas dos protestos de junho de 2013 começaram a ser ouvidos nesta terça-feira; vários deles chegaram algemados

16 dez 2014 - 18h10
(atualizado às 18h24)
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<p>Num ato que sugeriu ser um gesto previamente combinado, réus ergueram as mãos e gritaram para os outros: "não passarão!"</p>
Num ato que sugeriu ser um gesto previamente combinado, réus ergueram as mãos e gritaram para os outros: "não passarão!"
Foto: Juliana Prado / Especial para Terra

Teve início nesta terça-feira, no Tribunal de Justiça do Rio, o julgamento de 23 ativistas que participaram de manifestações ao longo de 2013 e neste ano. No processo, em andamento na 27ª Vara Criminal, eles são acusados de formação de quadrilha por supostos atos de vandalismo durante os protestos.

Afora Elisa Quadros, conhecida como Sininho, e Karlayne Moraes, todos os outros réus acusados estão presentes no fórum, no centro do Rio, para acompanhar os depoimentos. Entre os presentes estão Caio Silva e Souza e Fábio Raposo, ambos presos por envolvimento na morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade. Os dois chegaram ao fórum algemados e, depois de muita negociação, o juiz Flávio Itabaiana autorizou que eles acompanhem a sessão sem as algemas. Além dos dois, também chegou algemado ao prédio o estudante Igor Mendes da Silva, preso em 3 de dezembro depois de ser flagrado em uma manifestação, contrariando decisão judicial anterior que vetava sua participação. Sininho e Karlayne Moraes também foram vistas no protesto, e, como também descumpriram ordem judicial, e tem mandato de prisão decretada, são consideradas foragidas.

Foto: Juliana Prado / Especial para Terra

O clima na sessão é tenso. Em determinado momento, o juiz determinou a retirada de todos os familiares e amigos dos réus que acompanhavam o depoimento. O estopim foi o fato de eles rirem em diversos momentos do depoimento da delegada. Entre os 18 réus que acompanham a sessão, o clima também é de animosidade. Ao entrarem na sala de depoimentos e verem câmeras de TV e celulares registrando suas imagens, alguns fizeram gestos de contrariedade.

Igor mendes, Caio Barbosa e Fábio Raposo foram os últimos a entrar na sala. Num ato que sugeriu ser um gesto previamente combinado, ergueram as mãos e gritaram para os outros réus: "não passarão!". Todos foram repreendidos pelo juiz que afirmou que ali não eram as ruas e que eles deveriam se calar. 

A sessão desta terça-feira é dedicada aos depoimentos de seis testemunhas de acusação, na primeira de muitas audiências previstas sobre o caso. Em janeiro, serão ouvidas as testemunhas de defesa.

A primeira testemunha a ser ouvida é a delegada Renata Araújo, que investigou o caso durante alguns meses. A policial civil responde há mais de duas horas e meia questionamentos da promotoria e dos advogados de defesa dos réus. 

<p>Na porta do Tribunal de Justiça, dezenas de manifestantes aguardam o fim da sessão. A polícia militar reforça a segurança no local. </p>
Na porta do Tribunal de Justiça, dezenas de manifestantes aguardam o fim da sessão. A polícia militar reforça a segurança no local.
Foto: Juliana Prado / Especial para Terra

No depoimento, Renata Araújo deu detalhes de como o grupo atuava para ir às ruas protestar, segundo o que foi apurado por depoimentos de testemunhas e escutas telefônicas. Ela falou sobre o a operacionalidade de coquetéis molotov e outros artefatos usados pelos ativistas nos protestos. Também assegurou que, segundo testemunhas ouvidas ao longo das investigações, Elisa Quadros, a Sininho, era identificada como uma espécie de líder do grupo. Na porta do Tribunal de Justiça, dezenas de manifestantes aguardam o fim da sessão. A polícia militar reforça a segurança no local. 

Fonte: Especial para Terra
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