SP: moradores acusam policiais de fazer toque de recolher; PM nega
Após uma noite de terça-feira violenta em São Paulo, quando quatro ônibus foram queimados por criminosos, a Polícia Militar intensificou o patrulhamento nas regiões mais perigosas. Nos bairros Jardim Savério e Parque Bristol, perto de onde um coletivo também foi queimado, no Sacomã, PMs passaram a madrugada circulando pelas ruas. No entanto, moradores denunciam que após às 22h os policiais realizaram um toque de recolher, inclusive com uso de fogo.
De acordo com o 46º Batalhão de Polícia Militar, o que aconteceu foi o contrário. Bandidos teriam ligado para comerciantes e escolas avisando para que eles fechassem as portas, pois iriam realizar atos de vandalismo. Os comerciantes, então, teriam denunciado o fato à PM, que levou um maior policiamento na região.
A Associação de Moradores da Vila da Paz denunciou um suposto abuso dos PMs em seu site. "Hoje o toque de recolher não é mais só para moradores do Parque Bristol e Jardim São Savério, mas sim para toda a região do Ipiranga. As escolas já dispensaram seus alunos, os ônibus estão neste momento sendo recolhidos às garagens." A companhia Via Sul, responsável pelo transporte nos bairros, afirma que os ônibus circulam normalmente.
Pelas redes sociais, moradores se manifestaram contra a atuação da PM. No Twitter, foram várias as mensagens. O usuário @LucasPFMama9139 denuncia: "fizeram toque de recolher no Parque Bristol. Até atearam fogo em um comércio". O internauta @AnonManifest alerta que a "Polícia Militar está invadindo as vielas da favela do Parque Bristol e Jardim São Savério". No Facebook, Cati Furlan disse que sua mãe a ligou "desesperada para eu não sair de casa".
Ônibus queimados
Quatro ônibus foram incendiados na noite de terça-feira em São Paulo. De acordo com os Bombeiros, três foram queimados no bairro Tremembé, na zona norte. A Polícia Militar não soube informar se os ataques foram realizados por um mesmo grupo.
A última ocorrência foi registrada às 23h16 na rua Brigadeiro Amílcar Veloso Pederneiras, no bairro Sacomã. O Corpo de Bombeiros afirma que o incêndio não deixou vítimas.
A onda de violência leva os moradores a temer um novo ataque orquestrado pelo PCC. Além dos ônibus incendiados, pelo menos sete policiais militares morreram desde o dia 12 de junho na capital. A Secretaria de Segurança nega qualquer tipo de coordenação nos crimes.