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Polícia

MT: afastado delegado suspeito de torturas com máquina de choque

15 mar 2012 - 19h07
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Um delegado de Mato Grosso foi afastado das funções após ser acusado de torturar suspeitos com uma máquina de choque. A Justiça determinou o afastamento do delegado Marcos Sampaio Alves Ferreira, da cidade de Jaciara, no sudeste do Estado, e decretou a prisão de dois agentes penitenciários que também teriam participado das torturas. A decisão é do dia 6 de março.

Nesta quinta-feira, a Justiça informou que os agentes Valdeir Zeliz dos Santos e Fábio Domingos continuam foragidos. Segundo a Polícia Civil, Ferreira realizou uma cirurgia e está em licença médica, que encerra na sexta-feira. Por telefone, ele informou à Corregedoria que deve entregar na segunda-feira a arma e a carteira funcional à juíza.

Em depoimento ao Ministério Público, um preso afirmou que os agentes, que se apresentavam como policiais e usavam apelidos Zero Um e Zero Dois, foram até sua casa e o agrediram com tapas e pauladas, na presença do delegado. Depois, ele afirmou ter sido levado até as margens de um rio, onde as agressões continuaram, com o objetivo de que ele prestasse informações sobre roubos de motos. O preso disse que também foi torturado com um saco na cabeça.

Outro homem ouvido pelos promotores afirmou ter sido levado para a delegacia, onde foi agredido pelos "capangas" de Ferreira para fornecer informações sobre traficantes de Jaciara. A vítima disse que uma arma foi colocada em sua cabeça e que sofreu ameaças de morte durante duas horas. Devido aos ferimentos, ele afirmou que teve rompimento do baço e que passou por cirurgia. O homem disse também que os agressores o procuraram durante o atendimento médico, mas foram impedidos de se aproximar por uma enfermeira.

Uma testemunha disse também ter sido abordada e agredida pelo grupo. O homem acusou o delegado de disparar um tiro de escopeta para cima e ter usado uma máquina de choque para feri-lo. Outro relato é de que um preso que havia fugido da cadeia de Jaciara foi localizado pelos acusados em um matagal. Os homens teriam atirado contra o fugitivo, que pulou em um rio e morreu afogado.

Em depoimento aos promotores, investigadores e escrivães de Jaciara confirmaram as atitudes do delegado e reconheceram os agentes conhecidos como Zero Um e Zero Dois. A Corregedoria da Polícia Civil informou que abriu procedimento administrativo para apurar as denúncias.

Na sala do delegado, foram apreendidos, entre outros objetos, uma máquina de choque "em perfeito estado de funcionamento", uma quantidade de cocaína sem registro de apreensão ou inquérito, e um cachimbo usado para consumir drogas, também sem registro.

Justiça nega prisão de delegado

Na decisão, a juíza Joanice Oliveira da Silva Gonçalves, da Comarca de Jaciara, negou o pedido do Ministério Público para que decretasse também a prisão do delegado. Para ela, é preciso avançar nas investigações para indicar a extensão do envolvimento do delegado nos atos.

"Não ficou evidenciado pelos elementos até aqui apurados, qual de fato sua participação nos atos de tortura que foram denunciados pelas vítimas, uma vez que as próprias vítimas apontam como seus agressores 'dois policias que se tratavam de Zero Um e Zero Dois", escreveu.

Fonte: Terra
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