MP-RS denuncia delegado por invasão de cativeiro com morte de refém
O Ministério Público de Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre, denunciou nesta quinta-feira quatro policiais envolvidos na investigação do sequestro de um empresário paranaense e na invasão do cativeiro que resultou na morte de uma das vítimas, no fim do ano passado.
A ação ocorreu no dia 21 de dezembro. Segundo a polícia, a quadrilha, formada por gaúchos e paranaenses, vinha cometendo vários sequestros no Rio Grande do Sul, atraindo vítimas do Paraná com o pretexto de falsa venda de máquinas agrícolas. Durante a ação de invasão do cativeiro, de tarde, o empresário Lírio Darcy Persch foi baleado na troca de tiros e morreu.
Na madrugada do mesmo dia e também em Gravataí, o sargento da PM Ariel da Silva foi morto por três policiais paranaenses do grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre). Eles estavam na cidade para dar seguimento à investigação do sequestro dos dois empresários. Por volta de 1h, o PM gaúcho, que estava em uma moto nas proximidades de sua casa, se aproximou do carro dos agentes e foi baleado.
O promotor de Justiça André Luis Dal Molin Flores, de Gravataí, denunciou o delegado gaúcho Leonel Fagundes Carivali pela prática de homicídio qualificado, porque entendeu que o policial agiu com dolo eventual na morte do refém na invasão do cativeiro. Os policiais paranaenses - os delegados Danilo Zarlenga Crispim e Renato Bastos Figueiro e o investigador Fábio Lacerda Gusmão - também foram denunciados.
Além deles, oito integrantes de uma quadrilha foram denunciados pela prática dos crimes de formação de quadrilha armada e extorsão mediante sequestro com resultado de morte. Os denunciados são Claudemir Corrêa dos Santos, Fábio Eliandro Kelm Zarbock, Márcio Lourival da Silva e João Rodrigues Ferreira, que se encontram presos, além de outros quatro criminosos que estão soltos.