PUBLICIDADE

Polícia

MA: vítima de incêndio criminoso em ônibus deixa hospital

19 jan 2014 - 17h18
(atualizado às 17h21)
Compartilhar
Exibir comentários

Abiancy Silva, 35 anos, internada desde o dia 3 devido a um incêndio criminoso em um ônibus em São Luís (MA), recebeu alta por volta das 11h deste domingo no Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho. Abiancy teve queimaduras de terceiro grau no braço direito e passou por uma cirurgia na terça-feira passada. O fogo fez parte de uma onda de ações ordenadas por facções de criminosos presos no Estado. 

Na quarta-feira, outra vítima do atentado recebeu alta: a menina Lorrane Beatriz Santos, 1 ano e 5 meses. Ela estava com a irmã, Ana Clara Santos Sousa, 6 anos, que morreu vítima de queimaduras contraídas no mesmo incidente.

A mãe delas, Juliane Carvalho Santos, 22 anos, teve 40% do corpo queimado no incêndio e foi levada, a pedido da família, para o Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília (DF). 

Além disso, Márcio Roni da Cruz, 37 anos, que ficou ferido ao tentar ajudar a menina Ana Clara a deixar o ônibus, está internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia. Segundo a Secretária de Saúde, Cruz estava com o corpo coberto de gasolina após deixar o ônibus e retornou para o veículo para tentar salvar a criança, que estava em chamas. Ele teve 72% do corpo queimado.

Violência no Maranhão
O Estado do Maranhão enfrenta uma crise dentro e fora do sistema carcerário que tem como principal foco o Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 59 detentos foram mortos no presídio somente em 2013, o que revelou uma falta de controle no local.

No dia 3 de janeiro, uma onda de ataques a ônibus em São Luís mobilizou a Polícia Militar nas ruas da capital maranhense e dentro do presídio, já que as investigações apontam que as ordens dos atentados partiram de Pedrinhas.

Nos ataques do dia 3, quatro ônibus foram incendiados e cinco pessoas ficaram feridas, incluindo a menina Ana Clara Santos Sousa, 6 anos, que morreu no hospital alguns dias depois, com 95% do corpo queimado.

A questão dos problemas no sistema prisional maranhense ganhou mais destaque no dia 7 de janeiro, quando o jornal Folha de S. Paulo divulgou um vídeo gravado em dezembro, onde presos celebram as mortes de rivais dentro do complexos. Após essas imagem de presos decapitados serem divulgadas, o governo Roseana Sarney passou a ser pressionado pela Organização das Nações Unidas, pela Anistia Internacional, pelo CNJ e até pela Presidência da República.

No dia 10 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff divulgou pelo Twitter que “acompanha com atenção” a questão de segurança no Maranhão. O Governo Federal passou a oferecer vagas em presídios federais, ao mesmo tempo em que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) visitou o complexo de Pedrinhas.

No dia 14 de janeiro, um grupo de advogados militantes na defesa dos direitos humanos protocolou na Assembleia Legislativa do Maranhão um pedido de impeachment contra a governadora Roseana Sarney. Segundo o grupo, composto por nove advogados de São Paulo e três do Maranhão, a governadora incorreu em crime de responsabilidade porque não teria tomado providências capazes de impedir a onda de violência que deixou mortos e feridos dentro e fora do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, desde o início do ano.

Em 16 de janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo (PMDB), decidiuarquivar o pedido de impeachment após parecer técnico da assessoria jurídica da Casa. O arquivamento do processo foi feito sob a justificativa de que o pedido "é inepto e não tem condições de ser conhecido".

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade