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Caso Bruno

Caso Bruno: acusação e defesa consideram 'valioso' 1º dia de júri

4 mar 2013 - 21h36
(atualizado às 21h52)
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Lágrimas e protestos marcam 1º dia de júri de Bruno:

O primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno Fernandes e da ex-mulher dele, Dayanne do Carmo, acusados do homicídio de Eliza Samudio, foi considerado um sucesso tanto pela defesa quanto pela acusação. O júri começou nesta segunda-feira, no Fórum de Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. Após oito horas de trabalhos e um depoimento da delegada Ana Maria dos Santos, o promotor Henry Vasconcelos afirmou que a fala da policial foi excelente.

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"O depoimento dela foi muito valioso, sobretudo quando ela reafirmou que colocou muita verdade no depoimento do Jorge (Luiz Rosa, primo de Bruno). Ficamos contentes com o que ela falou e a estratégia da acusação já está pronta - aliás, desde o início mantemos", disse o promotor.

Durante todo o dia, na porta do Fórum, havia a especulação de que o ex-goleiro do Flamengo confessaria o crime, em um possível acordo entre defesa e acusação. Henry, porém, salientou que essa possibilidade não acontecerá. "Se ele confessar, vai ser por ele mesmo. Ele vai ser o único beneficiado pela lei. Assim como Macarrão, ele foi beneficiado, e não houve nenhum acordo", disse.

O promotor explicou ainda que a confissão de Bruno não é importante. "Se ele confessar, é bom somente para ele. O MP (Ministério Público) não precisa disso. As provas são fortes e são suficientes para incriminá-lo", afirmou.

Também contente com o dia de trabalhos estava o defensor de Bruno, Lúcio Adolfo, que excluiu qualquer possibilidade de acordo entre defesa e acusação. "Eu sou contra. O José Arteiro (advogado da família de Eliza e assistente da acusação) veio tentar um acordo, mas eu disse não. Tudo que for benéfico para o meu cliente será considerado. Se ele achar que deve revelar algo que ainda não sabemos, ele vai me comunicar e vamos avaliar e ver o que ele vai dizer", disse. "Fiquei contente com o depoimento dela (delegada Ana Maria dos Santos) e acho que vai ser valioso", afirmou o advogado.

 

Mãe de Eliza espera confissão de Bruno

Sônia de Fátima, mãe de Eliza Samudio, deixou o tribunal aparentemente cansada, mas muito confiante. Ela afirmou que espera uma confissão do goleiro. "Quero que ele quebre o silêncio. Ele tem que falar. Estamos aguardando isso", disse.

No início dos trabalhos, Bruno chorou e leu a Bíblia. Para Sônia, foi tudo mentira. "Isso é puro teatro. Eu não acredito", afirmou.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu

Acusações

Pena máxima

Bruno

Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio

41 anos

Dayanne

Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio

5 anos 

 

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Terra
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