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PF cumpre mandados de busca em nova fase da Lava Jato

Pessoas ligadas à Petrobras teriam recebido propina em troca de favorecimentos na área comercial da estatal

7 out 2020 - 10h51
(atualizado às 11h16)
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A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira 3 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro contra pessoas ligadas à Petrobras em uma nova fase da operação Lava Jato, batizada de Sem Limites 3, que apura suposto recebimento de propina em troca de favorecimento na escolha de empresas fornecedoras de combustível, disseram a PF e o Ministério Público Federal.

Viatura da Polícia Federal no Rio de Janeiro
28/07/2015 REUTERS/Sergio Moraes
Viatura da Polícia Federal no Rio de Janeiro 28/07/2015 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

Diligências foram feitas em endereços na zona oeste da cidade e os nomes dos alvos, entre funcionários e ex funcionários da estatal, não foram revelados.

"As medidas objetivam aprofundar as apurações relacionadas ao envolvimento de funcionários e ex-funcionários da Petrobras em esquemas de corrupção na área comercial da estatal, especialmente no comércio de bunker, como é denominado o produto escuro usado como combustível de navio", informou o MPF do Paraná.

"As provas sugerem que os investigados promoviam um verdadeiro rodízio no fechamento de operações com as empresas do setor e que estas também pagavam vantagens indevidas, as buscas objetivam chegar aos executivos dessas outras companhias, além de outros funcionários envolvidos", acrescentou o órgão em nota.

O esquema teria ocorrido no Brasil e no exterior, em especial no porto de Cingapura.

As fraudes teriam, segundo a PF, ocorrido entre 2009 e 2013, mas os pagamentos das vantagens indevidas foram feitos até 2018. O MPF informou que há provas que comprovam e revelam o esquema de pagamento, como "mensagens de SMS, e-mails, planilhas e uma série de invoices de uma das companhias envolvidas que demonstram, aliadas a diversas informações bancárias e fiscais, a existência de um sistemático esquema de pagamento de vantagens indevidas e de conversão desses valores em bens de aparência lícita, que perdurou pelo menos de 2009 a 2018".

Segundo os investigadores, não é possível estimar quanto teria sido pago em propina aos funcionários e ex-funcionários da estatal, mas só uma das empresas envolvidas teria desembolsado mais de 8 milhões de dólares por meio de doleiros, valor que supera 45 milhões de reais no câmbio atual.

"A operação Lava Jato, apesar de ter descortinado um mega esquema de corrupção, ainda está em pleno vapor. E ainda tem um amplo horizonte de práticas ilícitas a serem descobertas", disse o procurador da República, Alessandro Oliveira, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

A Petrobras não respondeu de imediato aos pedidos de comentários.

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