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Acadêmico e no PT há 35 anos: quem é Fernando Haddad?

Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, substituto de Lula tem 55 anos

13 set 2018 - 02h11
(atualizado às 08h22)
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Com uma bagagem acadêmica e perfil intelectual, bem diferente do encarnado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Haddad terá a missão de substituir um dos maiores líderes populares da história do Brasil na disputa pela Presidência da República em outubro deste ano.

Fernando Haddad chega à sede da Polícia Federal em Curitiba
27/08/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Fernando Haddad chega à sede da Polícia Federal em Curitiba 27/08/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Foto: Reuters

Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, Haddad, com 55 anos, tem mestrado em Economia e fez doutorado com foco em Filosofia. É professor universitário e filiou-se ao PT, seu único partido, em 1983.

Atuou na Prefeitura de São Paulo na gestão da então petista Marta Suplicy, assumindo um posto na Secretaria de Finanças municipal em 2001. Dois anos depois foi para Brasília atuar no Ministério do Planejamento, sob comando à época de Guido Mantega. Pouco depois, trocou de pasta, indo para o Ministério da Educação ser o secretário-executivo de Tarso Genro.

Quando Genro deixou o governo para presidir o PT em meio ao escândalo do mensalão em 2005, Haddad assumiu o comando da pasta, onde ficou até 2012.

Nesse período, atuou sob o comando de Lula e, depois, da ex-presidente Dilma Rousseff. Esteve à frente de programas como o de criação de universidades federais e de acesso ao ensino superior e técnico --ProUni e Pronatec. Esteve envolvido em polêmicas também, com problemas frequentes na elaboração do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Mas sua gestão na pasta agradou Lula, e o petista o escolheu para representar o PT na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012, em detrimento de outros nomes que à época tinham mais peso no partido, como o de Marta Suplicy.

Com o apoio decisivo de Lula, e embalado naquele momento pela popularidade também de Dilma naquele ano, derrotou José Serra (PSDB) no segundo turno e assumiu o comando da maior cidade do país em janeiro do ano seguinte.

Teve uma administração marcada por controvérsias que variaram da realização de ciclofaixas por toda a cidade, pela redução da velocidade máxima especialmente em vias expressas e, já no primeiro ano, teve de lidar com a onda de protestos contra reajustes na tarifa de transportes público que varreu o país.

Tentou a reeleição em 2016, ano em que o PT foi duramente abatido pelos escândalos revelados pela operação Lava Jato, e acabou colhendo uma pesada derrota: perdeu para João Doria (PSDB) ainda em primeiro turno, algo que não acontecia na capital paulista desde que se instituiu a possibilidade de dois turnos de votação.

Dois anos depois, e após ser escalado para coordenar o programa de governo com o qual o PT pretende voltar a governar o país, é alçado à posição de candidato à Presidência com a responsabilidade de substituir Lula, seu padrinho político e um dos maiores líderes populares da história, depois de o ex-presidente ter a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.

Diante do desafio, tem buscado modular o discurso. Recentemente, em evento com sindicalistas vestiu e posou para fotos com o jaleco laranja da Petrobras. Assim como Lula, também tem usado de ironia para alfinetar adversários políticos e usado de metáforas futebolísticas: tem dito que o PT conquistará o pentacampeonato em 2018, após as vitórias em disputas presidenciais em 2002, 2006 --ambas com Lula--, 2010 e 2014 --com Dilma.

Em um tour pelo Nordeste, usou chapéu de cangaceiro e caminhou entre os eleitores, repetindo imagens que se tornaram frequentes em eventos de campanha de Lula ao longo de sua trajetória.

Buscará agora tornar-se conhecido e vincular seu nome ao de Lula para concretizar a intenção de levar o PT a um pentacampeonato eleitoral em outubro.

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