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O Brasil na imprensa alemã (05/08)

5 ago 2020 - 14h01
(atualizado às 14h33)
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Críticas à gestão da pandemia do governo federal, paralelos entre Bolsonaro e Trump e a volta das queimadas na Amazônia foram destaque nos últimos sete dias.Handelsblatt - Bolsonaro instrumentaliza a pandemia (03/08)

Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle
Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle
Foto: DW / Deutsche Welle

O país é um Estado sem liderança em meio à severa pandemia. Nem ministro da saúde existe mais no gabinete de Bolsonaro. O presidente, por outro lado, faz propaganda da cloroquina, droga contra a malária - e deixa os governadores e prefeitos sozinhos com sua gestão diária da crise. Por trás disso está o cálculo político: Bolsonaro quer culpá-los pela crise econômica - por causa das supostas restrições excessivas. No ano eleitoral de 2022, ele vai querer então declarar a recuperação econômica como um mérito seu.

E isso pode funcionar. Porque, apesar de seu grande fracasso na crise do coronavírus, Bolsonaro ainda é popular. Cerca de um terço da população o apoia. O que há de novo é que o campo de seus simpatizantes mudou: hoje, Bolsonaro, ao lado de seus simpatizantes da direita, é particularmente popular entre os pobres no Brasil - embora sofram muito mais com a pandemia do que os mais ricos. Mas, com uma assistência social rapidamente paga a cerca de 60 milhões de brasileiros, ele conseguiu marcar pontos com o povo. Partes do empresariado e da classe média que votaram nele há quase dois anos se afastaram de Bolsonaro, desapontadas e até horrorizadas.

Der Stern - O Trump dos trópicos (30/07)

Como seu amigo Donald Trump, o presidente do Brasil tem a capacidade de dizer a cada dia algo ainda mais escandaloso do que na véspera. Ele já propagou que os povos indígenas "estão se tornando cada vez mais pessoas como nós" e que os torturadores da ditadura militar são verdadeiros heróis e que prefere que um filho "morra num acidente" a ser homossexual.

Como Trump, Bolsonaro é um dos homens que se acreditava terem entrado em extinção junto com o século 20.

Mas agora, em 2020, todos estão no poder juntos: nacionalista Trump e nacionalista Putin e nacionalista Modi e o nacionalista Bolsonaro - talvez a versão mais radical e perigosa do populismo de direita.

O Twitter e o Instagram excluíram mensagens do presidente brasileiro sobre a covid-19 por causa do perigo para o público em geral. A Justiça está investigando seu filho mais velho por lavagem de dinheiro, seu segundo por difamação e ele próprio por obstrução da Justiça.

Mas ele ainda é presidente do quinto maior país do mundo. E, assim, senhor de seu maior tesouro, a floresta tropical da Amazônia, que ele deseja transformar em uma enorme área arável. E de uma população de cerca de 213 milhões de pessoas, a qual está sendo infectada pelo vírus como nenhuma outra. Até agora, cerca de 90 mil brasileiros morreram de covid-19. Poucos respeitam as regras contra o coronavírus, muito menos o próprio presidente, que aperta as mãos e, mesmo enquanto infectado, encontrou pessoas sem usar máscara - e lança a solução: a morte "é o destino de todo mundo."

Der Spiegel - Amazônia queima mais forte que no desastroso 2019 (03/08)

Nos nove estados brasileiros abrangidos pela Bacia Amazônica, o número de incêndios em julho aumentou mais de 20% em relação ao mesmo mês do ano anterior, informa o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com o órgão, 6.804 incêndios foram registrados em julho deste ano, contra 5.318 em julho de 2019. Isso corresponde a um aumento de 28%.

Os números aumentam os temores de que 2020 possa ser ainda pior para a floresta tropical no Brasil do que no ano anterior, quando a floresta já teve amplas áreas queimadas.

Somente na quinta-feira, os satélites detectaram 1.007 incêndios na Amazônia. Segundo o Greenpeace Brasil este é um recorde dos últimos 15 anos para um dia em julho. O Inpe já havia registrado um desmatamento recorde em junho deste ano: na época, foi registrado o maior número de queimadas em 13 anos.

Passauer Neue Presse - Giovane Elber critica presidente Bolsonaro (01/08)

A ex-estrela do Bayern Giovane Élber criticou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, pela gestão da pandemia. "Ele sai sem máscara, abraça as pessoas e afirma que é apenas uma gripe. O pior é que ele disse: muita gente vai morrer, mas temos que enfrentar. Que presidente é esse? Como se pode dizer algo assim?", disse o ex-atacante brasileiro em uma entrevista ao jornal Passauer Neue Presse.

"Estou preocupado com minha família. Mas também com as pessoas mais pobres que vivem em favelas, que vivem em espaços pequenos e não têm dinheiro para bons cuidados médicos. Quem não tem plano de saúde privado no Brasil está entregue à própria sorte. Só podemos esperar que uma vacina esteja chegando rapidamente", disse.

MD/ots

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