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MPF-GO dá parecer favorável à exigência do Revalida no Mais Médicos

Para procurador, o programa do governo federal é uma "grave ameaça" aos poderes delegados aos conselhos de Medicina

2 set 2013 - 15h50
(atualizado às 16h04)
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O Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) deu parecer favorável a um pedido de liminar feito pelo Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremego), que pede a suspensão do programa federal Mais Médicos. No entendimento do procurador Ailton Benedito, o programa caracteriza "grave ameaça ao exercício dos deveres-poderes" do Cremego.

Na ação, o conselho pede que não seja obrigado a cumprir imposição legal para o registro provisório de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior que aderirem ao programa Mais Médicos, sem a necessária comprovação da revalidação dos diplomas expedidos por universidades estrangeiras e apresentação do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe/Bras) para estrangeiros.

INFOGRÁFICO: REVALIDAÇÃO DO DIPLOMA MÉDICO

Conheça a história de médicos brasileiros que se graduaram fora do País e por que é necessário revalidar o diploma para poder trabalhar no Brasil

 

Para sustentar o pedido, o Cremego argumenta que o cumprimento da Medida Provisória que instituiu o programa desobedece os artigos 2º e 196º da Constituição Federal e às leis federais 3.267/57 e 9.394/96, por admitir o registro profissional de médicos estrangeiros sem prévia e necessária habilitação legal, já que os profissionais não passam pelo Revalida nem pelo exame de proficiência na língua portuguesa. A dispensa da revalidação de diploma promoverá, de acordo com a ação, "ilícita distinção dentro da mesma categoria profissional".

"Não favorecem à União as suas alegações, propagandeadas insistentemente pelas autoridades do governo federal, que pretendem justificar a dispensa do 'Revalida' e do 'Celpe/Bras' como forma de se acelerar a importação de médicos formados no exterior e seu ingresso no programa, porque os políticos que se elegeram para administrar o SUS, durante o último quarto de século, não podem se servir da própria ilícita omissão em prover recursos humanos, materiais, estruturais, organizações e funcionais, imprescindíveis às ações e serviços de saúde, para, inopinadamente, justificar medidas urgentes e extraordinárias, que configuram mais graves riscos à integridade dos direitos fundamentais à vida, à saúde, à segurança dos brasileiros espalhados pelos rincões", afirma o procurador em seu parecer.

"À medida que o exercício prático da Medicina, seja no Brasil ou em qualquer outro país, depende de que os sujeitos - médico e paciente - tenham possibilidade de se comunicarem eficientemente, é inconcebível que médicos que venham a exercer sua atividade no SUS, principalmente na prestação de atenção básica em saúde, não tenham proficiência na língua utilizada no próprio sistema e, sobretudo, pela população assistida", acrescenta Ailton Benedito.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Fonte: Terra
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