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Padilha: Mais Médicos pode mudar a mentalidade e formação dos médicos

2 set 2013 - 01h28
(atualizado às 02h13)
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista ao programa Canal Livre, na Bandeirantes, que a expectativa com o programa Mais Médicos, do governo federal, é lidar principalmente com a educação básica nos locais que receberão os médicos, além de mudar a mentalidade da formação dos profissionais e da medicina exercida no País, questão chave, segundo o ministro.

Padilha disse que os municípios oferecerão estrutura para poder receber os médicos, com equipes de saúde e unidades de saúde. O ministro afirmou também que o governo federal tem programas de melhoria e qualidade, com indicadores para monitorar e avaliar a atuação dos médicos exercendo a medicina no País, e que isso continuará a ser feito com os profissionais estrangeiros.

Sobre a aplicação do exame de revalidação dos diplomas, medida defendida pelas entidades médicas no País, Padilha disse que as universidades públicas, parceiras do governo no Mais Médicos, têm a competência legal para avaliar e monitoras esses profissionais estrangeiros. De acordo com o ministro, se os médicos realizassem o exame, teriam a opção de exercer a medicina em qualquer lugar do País, e não poderiam ficar restritos aos municípios escolhidos durante a inscrição ao Mais Médicos, locais onde há maior necessidade. Alexandre Padilha disse que o governo tem total segurança jurídica na aplicação do programa, e afirmou que órgãos como o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho e o Tribunal de Contas da União vão participar da execução do Mais Médicos.

Padilha enfatizou que o programa é um passo para melhorar a saúde no País, com o primeiro atendimento na educação básica, e que o Mais Médicos deve levar ao debate a formação dos médicos no Brasil: é preciso mudar o perfil do profissional formado nas escolas brasileiras, segundo o ministro, que reconheceu que ainda há muito a ser feito pela saúde no País.

Questionado sobre a possiblidade de um exame para os recém-formados parecido com o aplicado pela OAB aos estudantes de Direito, Padilha disse ser contra uma prova somente no final do curso. Para Padilha, o ideal é uma avaliação ao longo do curso, para verificar a qualidade não somente dos alunos, mas também as faculdades de medicina – já há algumas experiências nesse sentido, de acordo com o ministro, e que estão sendo discutidas tanto pelo Ministério da Saúde quanto pelo Ministério da Educação.

O ministro afirmou que vê com repugnância as manifestações de preconceito e discriminação em relação aos médicos estrangeiros no Brasil, além de enxergar certa arrogância no questionamento desses profissionais. Padilha disse que a Organização Pan-Americana da Saúde, braço da ONU, está auxiliando o governo no programa Mais Médicos. Perguntado sobre estímulos não financeiros para levar os médicos a algumas das cidades mais carentes, para poder levar sua família, por exemplo, o ministro da Saúde disse que é preciso democratizar o acesso às escolas médicas, para que os médicos, já acostumados e familiarizados com a situação, “voltem” para essas localidades.

ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS'
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa.
- As vagas foram oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais.
- Com o não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitou a candidaturas de estrangeiros - incluindo convênio com Cuba para a vinda de 4 mil médicos. Eles não precisam passar pela prova de revalidação do diploma
- O médico estrangeiro vai atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios.
- O programa também prevê a criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo na residência em que os profissionais atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Terra
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