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Marina diz que sociedade não pode cair no "conto do vigário" de discursos autoritários

6 ago 2018 - 12h06
(atualizado em 7/8/2018 às 01h40)
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A candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva, afirmou nesta segunda-feira que a sociedade precisa se prevenir de discursos "extremistas" que se alimentam do descontentamento geral da população com a política.

Candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, participa de evento com presidenciáveis em Brasília
06/08/2018
REUTERS/Adriano Machado
Candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, participa de evento com presidenciáveis em Brasília 06/08/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Em evento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Marina afirmou que não é possível recuperar o país sem atacar o "dreno" da corrupção e defendeu a operação Lava Jato.

"Discursos extremistas que prometem saídas fáceis para uma crise complexa crescem na sociedade brasileira, alimentando-se de nossa insegurança e de nossa revolta com tudo o que está acontecendo", disse Marina, sem citar nomes, mas em referência indireta ao candidato pelo PSL, deputado Jair Bolsonaro.

"Já vimos esse filme antes e sabemos no que pode dar", afirmou. "Como professora de história ... sinto-me obrigada fazer aqui mais um alerta: a sociedade civil, nela incluído o setor produtivo, não deve cair no conto do vigário de saídas autoritárias contrárias à nossa democracia."

Para a candidata, que disputa o Planalto pela terceira vez, também são extremistas os candidatos que não reconhecem os "erros cometidos" e a necessidade de combater os "graves" problemas de corrupção. Segundo ela, o candidato do MDB, Henrique Meirelles, cumpre uma "função" nas eleições, enquanto candidatos como o tucano Geraldo Alckmin "mesmo estando no governo, tentarão parecer... que é outra coisa e não é".

Marina afirmou que a retomada dos investimentos e do crescimento do país passa por uma reforma do Estado, que inclui o "desafio primário" de controlar o gasto público e limitar seu crescimento "à metade do aumento do PIB".

Também defendeu a realização de uma reforma da Previdência com transparência para resolver o problema fiscal, atacando os privilegiados, que, na sua opinião, não foram abordados na proposta sugerida pelo governo de Michel Temer.

Marina também colocou como "imperativa" uma reforma tributária, reunindo em um imposto os tributos PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.

Afirmou ainda que é possível diversificar o mercado de crédito, o que poderia ser possibilitado a partir de um cadastro de bons pagadores —o chamado cadastro positivo— e de um marco regulatório do setor.

CORRUPÇÃO

Alertou, contudo, que "nada disso adiantará se não fecharmos o dreno da corrupção".

"Não preciso citar aqui o papel fundamental da operação Lava Jato em trazer à tona a realidade da corrupção endêmica e sistêmica", disse.

Depois, em entrevista a jornalistas, Marina criticou as alianças do candidato tucano à Presidência, ao dizer que "boa parte dos que estavam com Dilma, agora estão com Alckmin", em uma referência indireta ao chamado blocão —PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade.

Também disse que trabalha para evitar que se repita a tradicional polarização PT x PSDB em outubro, já que, segundo sua avaliação, os grupos hegemônicos da política nacional estão "mais preocupados" com a Lava Jato do que com a defesa de conquistas como o Plano Real ou os avanços sociais.

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