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Inquérito sobre bilhete de executivo da Odebrecht é suspenso

Empreiteiro escreveu "destruir e-mail sondas RR" em recado entregue ao seu advogado, o que foi entendido como tentativa de destruição de provas pela PF

17 jul 2015 - 17h25
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Sérgio Moro suspendeu o inquérito para que seja apurado se houve violação do sigilo profissional por parte da PF ao apreender o bilhete
Sérgio Moro suspendeu o inquérito para que seja apurado se houve violação do sigilo profissional por parte da PF ao apreender o bilhete
Foto: Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava Jato na primeira instância, determinou hoje (17) a suspensão do inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) para investigar o conteúdo de um bilhete escrito pelo presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, para os advogados dele logo após ser preso no mês passado. No bilhete, o empreiteiro escreveu "destruir e-mail sondas RR", entendido pela PF como tentativa de destruição de provas.

A pedido da Ordem dos Advogados (OAB) do Paraná, Moro decidiu suspender o inquérito para que seja apurado se houve violação do sigilo profissional por parte da PF ao apreender o material. “Por ora, em vista das questões colocadas e por cautela, determino à autoridade policial que suspenda a tramitação do referido inquérito, até decisão deste juízo”, diz Moro no despacho publicado na tarde de hoje.

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“Relativamente à autoridade policial responsável pela condução do presente feito, comunique-se que, até que este juízo delibere sobre as questões pendentes, deverá abster-se de qualquer referência ao bilhete no relatório e conclusão do inquérito relativo aos supostos crimes de cartel, ajuste de licitação, corrupção e lavagem da Odebrecht”, diz outro trecho da decisão.

Para os investigadores que interceptaram o bilhete, a mensagem de Marcelo Odebrecht referia-se a uma troca de e-mails com Roberto Prisco Ramos, executivo da petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht.

Os advogados de Marcelo Odebrecht, Rodrigo Sanches e Dora Cavalcanti, no entanto, alegaram que o verbo destruir se referia à "estratégia processual, e não à supressão de provas". Eles explicaram que o documento original foi levado por outro advogado para São Paulo, onde fica a sede da empreiteira. Ao juiz Sérgio Moro, os defensores argumentaram que a ordem não tinha objetivo de autorizar a prática do crime de destruição de provas.

Pela manhã, Marcelo Odebrecht depôs na sede da Polícia Federal, em Curitiba, no inquérito, agora suspenso, que investiga o bilhete repassado aos advogados.

Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Federal disse que não vai comentar a decisão e informou que o prazo para o encerramento do inquérito termina amanhã (18), quando será divulgado o resultado das investigações.

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Agência Brasil Agência Brasil
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