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Entidades criticam Dilma por importação de médicos: 'vergonha nacional'

22 jun 2013 - 17h32
(atualizado às 17h34)
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Um dia após o pronunciamento de Dilma Rousseff em cadeia nacional em resposta aos protestos populares por melhorias no serviço público, as entidades médicas nacionais divulgaram neste sábado nota de repúdio ao anúncio de importação de médicos estrangeiros feito pela presidente. "O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde a falta os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS)", diz o texto.

Dilma apoia manifestações, mas condena atos de vandalismo:

No documento, assinado pela Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), as entidades cobram o aumento dos investimentos na área da saúde e a qualificação do setor no País. Segundo o texto, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que governos de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil na assistência. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em 47%. "Além disso, há denúncias de que o recurso orçado não é devidamente aplicado", dizem as entidades.

"O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os 'hospitais padrão Fifa', exigidos pela população, e não com a importação de médicos", afirmam as entidades. De forma conjunta, as entidades prometem usar "todos os mecanismos possíveis para barrar a decisão", inclusive na Justiça.

Dilma promete pacto por melhor serviço público

Após três dias de silêncio sobre a onda de manifestações que atingiu várias cidades do País, a presidente Dilma Rousseff se dirigiu direto à nação, por meio da cadeia de rádio e televisão para propor respostas às principais queixas dos manifestantes. A mensagem de Dilma, de cerca de 10 minutos, foi transmitida para todo o Brasil. Na gravação, a presidente anunciou um plano para o País. "O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. Segundo, a destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS", disse.

Após protestos, Dilma promete reforma política durante discurso:

"Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do País para um grande pacto em torno a melhoria dos serviços públicos", prometeu a presidente.

Fonte: Terra
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