Haddad e prefeitos pedem ajuda ao papa para arrecadar fundos
No Vaticano, comitiva de prefeitos brasileiros vai entregar uma carta ao pontífice pedindo mais recursos ao 'países mais pobres'
No Vaticano para participar de audiência com o papa Francisco, uma comitiva de prefeitos brasileiros vai entregar uma carta ao pontífice na qual pede que países desenvolvidos transfiram recursos e tecnologias diretamente às administrações municipais, "em especial aos mais pobres", para soluções climáticas.
Liderada pelo prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), presidente da Frente Nacional de Prefeitos, a comitiva se encontrará com o papa durante um workshop sobre ações das cidades relacionadas a problemas como condições de trabalho análogas à escravidão e mudanças climáticas.
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Os políticos brasileiros, entre eles o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fazem parte de um grupo de 60 representantes de cidades de todo o mundo, como Berlim, Bogotá e Paris, além de ambientalistas e especialistas em questões urbanas.
O encontro será nesta terça (21), a partir das 11h de Roma (16h no Brasil). Na quarta, os prefeitos participarão de um simpósio sobre desenvolvimento sustentável.
Os eventos dão continuidade à encíclica', lançada por Francisco no mês passado. Nela, o pontífice defendeu medidas relacionadas ao ambiente e a uma "nova definição de progresso".
Financiamento
Na carta, a comitiva brasileira diz que há prefeitos brasileiros adotando medidas para diminuir os danos do desenvolvimento das cidades ao meio ambiente. E pede dinheiro.
"Propomos a transferência de recursos e tecnologias dos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, em especial aos mais pobres, e diretamente às cidades", afirma o documento.
As medidas do ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff afetaram também as gestões estaduais e municipais.
No ano passado, o Congresso Nacional aprovou projeto, sancionado pela presidente, permitindo que as administrações renegociassem suas dívidas com a União com condições melhores. O governo federal, porém, quer que as mudanças só sejam adotadas em 2016.
Prefeitos como Haddad, que é do mesmo partido da presidente, entraram na Justiça pedindo que a regra fosse adotada já neste ano.
No documento que será apresentado ao papa, os políticos reivindicam ainda que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça os governos municipais "como atores fundamentais na promoção da sustentabilidade global e do desenvolvimento humano".