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Suspeito no sumiço de advogada no RJ já foi acusado de instalar câmeras para observar vizinha

Conforme processo, ao menos cinco câmeras eram apontadas para o quintal e até para a janela do quarto de um dos filhos da mulher

27 mai 2024 - 10h48
(atualizado às 11h43)
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Suspeito de envolvimento no desaparecimento da advogada Anic Herdy, no Rio de Janeiro, Lourival Correa Netto Fadiga, de 55 anos
Suspeito de envolvimento no desaparecimento da advogada Anic Herdy, no Rio de Janeiro, Lourival Correa Netto Fadiga, de 55 anos
Foto: Reprodução

O suspeito de envolvimento no desaparecimento da advogada Anic Herdy, no Rio de Janeiro, Lourival Correa Netto Fadiga, de 55 anos, já foi processado por uma vizinha por instalar câmeras na direção da residência da mulher, em Teresópolis (RJ), segundo O Globo.

De acordo com o jornal, conforme os registros anexados ao processo, ao menos cinco câmeras eram apontadas para o quintal e até para a janela do quarto de um dos filhos da vizinha, que pediu para não ser identificada. Além disso, até atirar com uma arma na direção do terreno dela teria ocorrido.

Na ação de obrigação de fazer/desfazer cumulada com danos morais, a mulher acusou Lourival de causar transtornos em sua vida, desde a instalação das câmeras, em 25 de outubro de 2015. Embora ela não tenha conseguido provar, em um documento anexado, ela relata falta de respeito por parte dele e até um suposto assédio sexual.

Segundo O Globo, quando a mulher buscou a residência, ela, o marido e os filhos queriam um local de tranquilidade. Mas, da casa, era possível ouvir brigas de Lourival com a esposa e os filhos, xingamentos e músicas obscenas com som alto.

No processo, ela afirma que, quando questionou Lourival sobre as câmeras, ele chegou a ameaçá-la verbalmente. Conforme o depoimento dela, ele é um "sujeito nocivo" e disse que a cada atitude dele que "não é interceptado legalmente, ele se sente mais encorajado a continuar agindo impunemente como se vivesse num feudo".

A defesa de Lourival admitiu que ele instalou as câmeras, mas pontuou que não estavam voltadas a casa da vizinha e que elas não eram móveis. O advogado da mulher contestou, e ela decidiu se mudar da casa em Teresópolis.

A ação corria no 2º Juizado Especial Cível de Teresópolis, mas o juiz entendeu que o processo deveria tramitar na Vara Cível de 1ª Instância. Para o magistrado, era necessário um perito analisar a parte técnica das câmeras para entender a capacidade do equipamento de alcançar o interior da casa da vizinha. O processo, no entanto, acabou sendo arquivado pela Justiça. 

Desaparecimento de advogada

A advogada Anic Herdy desapareceu no dia 29 de fevereiro em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, Lourival, identificado como funcionário da família há quase três anos, foi apontado como mentor do crime e se aproveitou da confiança da família e do conhecimento da rotina da vítima para arquitetar o crime. 

Segundo o Ministério Público do Rio Janeiro (MP-RJ), o mentor do sequestro se apresentava à família como policial federal e passou a ser segurança pessoal dos integrantes, porém não era.

Após o sumiço de Anic, os criminosos informaram por mensagem de texto de que ela tinha sido sequestrada e exigiram a alta quantia para libertá-la. Coagido por Lourival, o marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, foi convencido a seguir com as negociações e não informar as autoridades. 

A família de Anic pagou uma quantia milionária como resgate para o suposto “sequestro” da vítima. De acordo com o MP, os criminosos extorquiram aproximadamente R$ 4,6 milhões, dividido em dólares e até bitcoins. Na denúncia, é destacado que Anic não foi libertada e o valor foi todo para o grupo criminoso. 

A família só denunciou o caso no dia 14 de março. Atualmente, as autoridades têm investigado o caso com a suspeita de que a vítima tenha sido assassinada pelo grupo e teve seu cadáver ocultado. A Polícia também suspeita de que a advogada e Lourival pudessem ter um relacionamento amoroso.

Fonte: Redação Terra
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