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SP: sobe para 19 número de agressões a jornalistas em protesto

26 fev 2014 - 20h09
(atualizado às 20h16)
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Manifestantes ficaram feridos em meio ao tumulto
Manifestantes ficaram feridos em meio ao tumulto
Foto: Bruno Santos / Terra

Levantamento feito pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), divulgado na segunda-feira e atualizado nesta quarta-feira, apontou que 19 jornalistas foram detidos ou agredidos durante o protesto Não Vai Ter Copa, realizado no último sábado (22), na capital paulista. Em todos os  casos, os jornalistas apontaram a Polícia Militar como agressora.

O número de jornalistas agredidos ou detidos, durante a manifestação, foi corrigido hoje pela Abraji, que acrescentou à lista cinco novos casos. Segundo a Abraji, nos cinco casos, os jornalistas disseram ter se identificado como profissional de imprensa a serviço.

Desde junho do ano passado, a Abraji já contabilizou 68 casos de agressões a jornalistas em coberturas de manifestações na capital paulista. Do total, 62 foram praticadas por policiais. Entre as agressões a jornalistas, praticadas por policiais, 36 ocorreram apesar de os profissionais terem se identificado como imprensa, informou a associação.

Em todo o País, desde junho, foram relatados 138 casos de agressão, hostilidade ou detenção de jornalistas, durante a cobertura dos protestos. Do total, 109 casos (79%) foram praticados por policiais, 26 agressões (18,8%) por manifestantes e os três casos restante, por guardas municipais ou seguranças privados.

No protesto Não Vai Ter Copa, 262 manifestantes foram detidos, segundo a Secretaria de Segurança Pública paulista (SSP-SP). O protesto reuniu aproximadamente 1 mil pessoas. Os detidos foram encaminhados para sete distritos policiais da região central da capital paulista. Todos foram liberados, após prestarem depoimento. Durante o ato, agências bancárias foram depredadas e houve confronto entre manifestantes e a PM, que escalou 2,3 mil homens para a operação, sendo 200 com treinamento em artes marciais.

Um dia depois do protesto, o coronel Celso Luiz Pinheiro, comandante do policiamento da região central da capital paulista, lamentou as agressões sofridas por jornalistas e pediu desculpas por eventuais condutas inadequadas, ou excessos cometidos por policiais militares. Segundo ele, o uso de equipamentos de proteção, por parte dos jornalistas, como máscaras, capacetes e óculos tornou difícil a distinção dos profissionais da imprensa em relação aos black blocs.

Protesto teve confronto entre PMs e manifestantes
Manifestantes e policiais militares entraram em confronto no início da noite dosábado durante protesto que começou na praça da República, no centro de São Paulo, contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. A manifestação - acompanhada desde o início por um contingente de 2.300 policiais, dentre os quais, cerca de 150 homens da "Tropa do Braço", com treinamento em artes marciais - terminou com saldo de pelo menos oito feridos, dentre os quais cinco policiais, dois manifestantes e o fotógrafo do Terra Bruno Santos. 

Ao todo, 262 pessoas das 1.500 que participaram do ato foram detidas e encaminhadas a distritos policiais da região central e dos Jardins --o maior número desde os protestos de junho do ano passado. Todas foram liberadas. Ao menos duas agências bancárias do Itaú, patrocinador oficial da Copa, foram depredadas no centro.

No tumulto, o fotógrafo do Terra teve o equipamento destruído por golpes de cassetete desferidos por policiais. Os golpes acertaram também suas costas. Santos caiu, torceu o pé e precisou ser encaminhado a um hospital. Dos cinco PMs feridos, duas mulheres tiveram o braço quebrado. Outros dois feridos eram manifestantes.

O ato teve início às 17h na Praça da República com palavras de ordem contra a realização do Mundial no Brasil --o jogo de abertura é em São Paulo, dia 12 de junho. De lá, perto das 18h, o grupo seguiu pela avenida Rio Branco e pela rua da Consolação.

Por volta das 19h, na rua Coronel Xavier de Toledo, tiveram início confronto e as primeiras prisões. A PM ainda reagiu com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Tiros de bala de borracha também foram efetuados.

A ação da PM surtiu efeito e o protesto se dispersou, mas pequenos grupos de manifestantes passaram a cometer atos de vandalismo em ruas do centro da capital paulista. Estabelecimentos tiveram suas fachadas danificadas. Uma das agências do banco Itaú destruída fica na rua Sete de Abril; a outra, a cerca de 100 metros dali, fica na rua Marconi.

Em meio à ação, policiais militares cercaram e prenderam dezenas de manifestantes na rua Coronel Xavier de Toledo. No local, dezenas de agentes de segurança formaram um cordão de isolamento e ameaçaram jornalistas que se aproximaram.

A reportagem questionou a PM sobre a detenção dos profissionais da imprensa e foi informada de que os jornalistas detidos teriam adotado "práticas de manifestação típicas dos black blocs". "Temos imagens dos black blocs agindo. Quem não for (black bloc), será liberado na delegacia", disse um soldado.

Agência Brasil Agência Brasil
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