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SP: segurança de loja de carros saca arma durante protesto contra Veja

Grupo tentou lançar pedras contra o prédio da Editora Abril e policiais usaram balas de borracha e bombas para conter os manifestantes

23 ago 2013 - 20h36
(atualizado às 23h18)
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<p>Grupo queima exemplar da revista Veja em protesto</p>
Grupo queima exemplar da revista Veja em protesto
Foto: Bruno Santos / Terra

O segurança de uma concessionária da marca Mini, localizada na avenida Eusébio Matoso, que liga o centro à zona sul de São Paulo, sacou uma arma durante um protesto organizado pelo grupo "Black Bloc" nesta sexta-feira contra a revista Veja na capital paulista. O grupo vem protagonizando diversas manifestações em todo Brasil e criticou a revista da editora Abril por conta da reportagem "O Bando dos Caras Tapadas".

O ato começou no largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, por volta das 18h. Às 19h25, os manifestantes saíram em marcha e fecharam a avenida Faria Lima sentido bairro. O grupo então seguiu caminhando pela via e chegou à Rebouças. Na avenida, um fotógrafo que registrava o protesto se posicionou no espaço da concessionária e foi retirado do local por um segurança, que chegou a sacar uma arma.

A atitude gerou revolta por parte dos manifestantes e pedras foram lançadas contra a concessionária.

Protesto fecha marginal Pinheiros

Apesar do desentendimento na concessionária, o grupo seguiu em caminhada e, às 20h10, chegou à pista local da marginal Pinheiros, bloqueando a via sentido marginal Tietê. Cerca de 15 minutos depois, o grupo chegou ao prédio da editora Abril, que publica a revista Veja, alvo principal do protesto. Às 20h35, o tráfego foi interrompido também na pista expressa, mas liberado cerca de 15 minutos depois.  

Os manifestantes chegaram a queimar exemplares da revista. O grupo também gritava palavras de ordem contra a publicação, como “Veja fascista, sensacionalista”.

Conflito

Às 20h50 um grupo de manifestantes tentou lançar pedras contra o prédio da editora Abril. Policiais usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os vândalos, que se espalharam. 

Após a ação da PM, manifestantes tentaram incendiar um veículo na rua Frederico Hermann Junior, em Pinheiros. O veículo chegou a pegar fogo, mas os policiais controlaram o incêndio rapidamente usando extintores.

Nessa mesma rua, um dos manifestantes acabou detido pelos policiais. Segundo ele, um PM deu um tapa em sua cara e revistou sua mochila, onde havia uma garrafa de álcool lacrada. O manifestante foi levado a um hospital por conta de um corte na boca e seria encaminhado ao 14º DP.

A sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, também localizada na rua Frederico Hermann, foi atingida por pedras e vidraças foram quebradas. Além disso, uma loja de decoração também foi danificada pelos manifestantes.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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