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SP: universitários querem formar comitê contra a repressão policial a protestos

Grupo reuniu cerca de 200 pessoas e foi acompanhado de perto pela Polícia Militar, que não interviu na manifestação

15 ago 2013 - 23h27
(atualizado às 23h49)
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A ideia do grupo é criar um comitê "aberto" contra a repressão policial, que teria representantes de diversos movimentos sociais
A ideia do grupo é criar um comitê "aberto" contra a repressão policial, que teria representantes de diversos movimentos sociais
Foto: Vagner Magalhães / Terra

Um grupo de cerca de 200 pessoas protestou na noite desta quinta-feira, na capital paulista, contra a repressão policial. No ato, o grupo decidiu pela criação de um comitê contra a situação, que consideram inadmissível. Parte representativa do movimento é composto por estudantes de universidades públicas.

Membros da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, respondem judicialmente por terem invadido o prédio da reitoria, no fim de 2011. No início deste ano, o Ministério Público de São Paulo apresentou à Justiça denúncia contra 72 estudantes que invadiram e ocuparam o prédio da reitoria naquela ocasião.

Situação semelhante é vivida por estudantes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que em julho também invadiram o prédio da reitoria. Eles são acusados de quebrarem móveis do prédio, mas acusam a Polícia Militar pelo dano durante a reintegração de posse.

A desta quinta-feira percorreu ruas do centro de São Paulo entre a Praça da Sé e a praça Roosevelt. A Polícia Militar acompanhou a manifestação, sem intervir no movimento. Ao fim, da reunião, um grupo ainda saiu pela rua da Consolação em direção à Assembleia Legislativa de São Paulo.

A ideia do grupo é criar um comitê "aberto" contra a repressão policial, que teria representantes de diversos movimentos sociais. Uma reunião foi marcada para a próxima semana para definir de que forma isso será feito.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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