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Cidades

SP: grevistas tomam chaves e cortam correias de ônibus

21 mai 2014 - 16h23
(atualizado às 17h14)
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Depois dos pneus furados de alguns ônibus, nesta terça e quarta-feira, motoristas e cobradores do transporte coletivo de São Paulo resolveram tomar as chaves de colegas que tiraram os veículos às ruas, nesta quarta-feira, e cortar a correia do motor.

<p>Correias de ônibus foram cortadas para que não pudessem circular</p>
Correias de ônibus foram cortadas para que não pudessem circular
Foto: Bruno Santos / Terra

Situações desse tipo aconteceram entre as 10h30 e as 11h na estrada do M’Boi Mirim, na região do Piraporinha, no extremo sul da cidade de São Paulo, e em vias perpendiculares a ela.

Alegando medo de retaliações, cobradores e motoristas relataram ao Terra que colegas que aderiram à paralisação iniciada nesta terça-feira chegaram em grupos de até 20 pessoas, nesta quarta-feira de manhã, os obrigando a parar. Em seguida, levavam embora a chave e cortavam a correia do motor do ônibus. A reportagem viu três veículos da viação Campo Belo parados nessa situação em um raio de menos de 1 km.

“Quando vi o grupo chegando, até tentei virar em uma rua à direita para escapar, mas eles impediram. Tive que pedir para os passageiros descerem, porque a primeira coisa que você pensa é que pode ser agredido, se não obedecer”, relatou um motorista, que contou ter 27 anos de empresa. Assustado, o cobrador que estava com ele justificou que foi trabalhar nesta quarta-feira por receio de ser demitido.

A cerca de 200 metros dali, outro veículo sem a chave e com a correia cortada foi parado por um grupo de grevistas. “Só pediram para eu descer. Nunca, em 20 anos de atividade, eu tinha visto uma coisa dessa; nem tem como reagir. Só foi gente entrando no ônibus e pulando janela, batendo na porta”, relatou o motorista, que estava na rua desde as 4h.

Já o cobrador de um ônibus cujas chaves foram levadas pelos grevistas – mas a correia do motor permaneceu intacta – comentou: não sabia como ele, próprio, iria embora hoje para casa. “Ontem até consegui voltar, hoje isso é uma incógnita”, resumiu.

Foto: Arte / Terra

Fonte: Terra
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