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SP: alunos da Unicamp fazem protesto contra assalto a repúblicas

4 set 2013 - 23h04
(atualizado em 5/9/2013 às 10h58)
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Cartaz ironiza motivo do protesto nesta quarta-feira em Campinas
Cartaz ironiza motivo do protesto nesta quarta-feira em Campinas
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

Cerca de 100 alunos da Universidade de Campinas (Unicamp) fizeram na noite desta quarta-feira uma passeata em protesto contra assaltos em repúblicas de estudantes no distrito de Barão Geraldo. O grupo se reuniu em frente ao 7º Distrito Policial, a poucos metros de um dos principais acessos à universidade, com cartazes e faixas. 

Por conta do protesto, avenidas da região foram fechadas. Por conta disso, houve pontos de congestionamento e lentidão no trânsito. Agentes da mobilidade urbana da Empresa Municipal de Desenvolvimento (Emdec) chegaram e orientaram os motoristas. 

As moradias estudantis estão localizadas nas imediações e a maioria já foi assaltada, segundo os manifestantes. "Na minha rua já foram quatro casas assaltadas em menos de duas semanas", disse o estudante de Geografia Wander Carvalho, 20 anos. Segundo ele, os moradores estão temerosos pelo avanço dos assaltos. "Ainda não fomos assaltados, graças a Deus, mas alguma coisa precisa ser feita para evitar (os roubos).”

Também estudante de Geografia, Allan Eduardo Cano, 19 anos, reclama que faltam viatura e policiais para os trabalhos de investigação. "Esses dias vimos um carro de polícia aqui, mas nunca tem (policiamento).”

Josephine Duchamp, 18 anos, é francesa e deixou Paris para fazer um  intercâmbio no Instituto de Filosofia Ciências e História da Unicamp. Segundo ela, os criminosos usam da pressão psicológica para aterrorizar e conseguir levar material de valor dos estudantes.

O delegado titular do 7º DP, Cássio Vita Biazolli, afirmou que as repúblicas de estudantes têm características que atraem a ação de assaltantes. 

Segundo o delegado, as casas têm um grande número de moradores que entram e saem a todo momento, seus ocupantes dispensam cuidados de segurança utilizados pelas famílias e costumam ostentar aparelhos de alto valor, o que atrai ladrões.

Biazolli conta que a Policia Militar deteve na noite de terça-feira quatro rapazes que confessaram a prática de alguns dos crimes na região. 

Dois deles são menores de 18 anos, e foram encaminhados à Vara de Infância e liberados. Outros dois foram reconhecidos por algumas vitimas. Eles foram autuados por roubo e formação de quadrilha. A polícia continua chamando outras vitimas para o reconhecimento.

O delegado falou que grande parte das mercadorias levadas pelos acusados contém rastreadores de monitoramento e serão rastreados. Quem for pego com esses objetos responderá por receptação de produto roubado.   

Para o delegado, os casos surgiram em função da oportunidade que os suspeitos encontraram em praticar o crime. "Há um tipo de conduta de fragilidade na casa onde moram entre 15 e até 20 pessoas", disse Biazolli. 

"Em uma casa com 10 alunos teremos 10 tablets, 10 aparelhos celulares de última geração, sem falar outros equipamentos eletrônicos fáceis de serem levados e moeda de troca", disse.

A Polícia não separa os assaltos por tipo de residência. Em junho foram registrados 11 ocorrências de invasão com roubo, em julho oito e em agosto outras 10. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Especial para Terra
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