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Rio: prefeito pede que AfroReggae mantenha atividades no Alemão

23 jul 2013 - 21h40
(atualizado às 21h41)
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Incêndio atingiu prédio do Afroreggae no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro
Incêndio atingiu prédio do Afroreggae no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro
Foto: Celso Barbosa / Futura Press

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, propôs nesta terça-feira ao coordenador do AfroReggae, José Júnior, que o centro comunitário da organização não governamental no Complexo do Alemão seja administrado em parceria pela prefeitura e pela ONG. Também participou da reunião o chefe da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho.

O prédio do AfroReggae, onde, a partir de 5 de agosto, funcionaria uma pousada para 30 pessoas, teve dois de seus três pavimentos parcialmente destruídos por um incêndio no último dia 16. Wagner Moraes da Silva, 20 anos, teve 30% do corpo queimado, ao tentar fugir do fogo por uma janela. De acordo com a Polícia Civil, ele foi o responsável pelo incêndio e mentiu no depoimento, ao dizer que entrou por um basculante para apagar o fogo. Ele está internado no Hospital Getúlio Vargas, sob custódia da polícia.

O prefeito Eduardo Paes defendeu o AfroReggae e ofereceu respaldo do Poder Público para que a ONG continue o trabalho de atendimento aos jovens da comunidade. "É inaceitável que uma instituição como o AfroReggae, que faz um trabalho importante nos mais variados campos, em várias favelas da cidade, tenha de sair de qualquer lugar da cidade. Pedi que incorporássemos aquele prédio como equipamento estatal, com a prefeitura bancando em sua plenitude, ou mantendo parcerias que o AfroReggae já tenha. No fundo, estou pedindo ao AfroReggae que não saia, que tenha respaldo do poder público, do Estado, no seu sentido mais amplo, para ali permanecer."

Em nota, a assessoria do AfroReggae diz que ainda não há nenhuma definição sobre a proposta do prefeito Eduardo Paes em assumir as atividades da ONG no Alemão.

Segundo o coordenador do AfroReggae, José Júnior, a decisão de fechar o alojamento definitivamente foi tomada depois que ONG recebeu ameaças. "Foi dito que, se estivesse aberto (o centro comunitário), iriam explodir e matar as pessoas. A possibilidade de haver uma atividade no espaço físico do AfroReggae e alguém 'tacar' uma granada e matar inocentes é muito grande. Não dá para ter uma atitude irresponsável e deixar que isso aconteça", afirmou.

De acordo com Júnior, a mensagem "tem que fechar" veio do pastor Marcos Pereira, que está preso e que foi por ele denunciado, há mais de um ano, por envolvimento com o tráfico de drogas. "Nada do que vem acontecendo, desde que denunciei o pastor Marcos, em fevereiro de 2012, é coincidência. É tudo planejado", disse o coordenador, lembrando que, no último dia 11, houve sabotagem no núcleo de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

"Cortaram todos os fios elétricos. Eles não fazem ameaça, eles agem na surdina, inclusive para matar", acrescentou Júnior, acusando o pastor de ligação com uma facção criminosa. "Do contrário, como explicar que, numa comunidade pacificada como o Alemão, o tráfico ainda tenha força para expulsar uma entidade com a força que tem o AfroReggae?", questionou.

Agência Brasil Agência Brasil
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