Quem era o empresário que morreu após soco de segurança e foi deixado por 2 horas em calçada de SP
Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, foi agredido em uma adega de Guarulhos, na Grande São Paulo, e foi internado com traumatismo craniano
O empresário Paulo Vinícius dos Santos, de 35 anos, morreu na última sexta, 24, após receber um soco do segurança de uma adega em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, na madrugada do dia 20 de outubro.
Em razão da agressão, Santos caiu no chão desacordado. Após 10 minutos, o suspeito e outro homem carregaram vítima, ainda inconsciente, para a lateral da calçada sem prestar ajuda.
O socorro aconteceu só duas horas depois, quando um homem passou pela vítima e acionou o resgate. Santos foi levado para o Hospital Municipal de Guarulhos, ficou internado por causa de um traumatismo craniano, e não resistiu. O segurança foi preso nesta segunda-feira, 27. A defesa não foi localizada.
Santos era pai de um casal - um menino de 14 anos e uma menina de 7. Era empresário do ramo de materiais eletrônicos, e tinha uma loja no bairro Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, cidade onde tinha residência.
Segundo os advogados que representam a família da vítima, o empresário teve a carteira roubada antes de ser levado ao hospital e a ausência desses documentos dificultou que a vítima fosse devidamente identificada na unidade.
"Isso fez com que ele fosse conduzido para o hospital sem os seus documentos e nominado como indivíduo 'com calça e camisa pretas'", disse o advogado Constantino, ao Estadão.
Além disso, dizem os defensores, a falta da carteira impediu que Santos fosse levado a um hospital de cobertura do seu plano de saúde.
"O cartão do plano de saúde dele estava na carteira e por isso, no lugar dele ser levado para o hospital particular que atendia o seu plano, ele foi levado ao Hospital Municipal de Guarulhos", acrescentou. Segundo os advogados, a carteira ainda não foi localizada.
A identificação foi possível graças a uma ligação feita por um amigo de Santos, atendida por uma enfermeira. A funcionária do hospital teria informado a esse colega que o empresário apresentava estado de saúde delicado, com traumatismo craniano "e que até o momento ninguém sabia de quem se tratava", diz Constantino.
"O amigo de Santos se assustou e até achou que era uma brincadeira de alguém, mas a enfermeira disse que era sério e que se ele fosse realmente amigo dele era para ir até o hospital", acrescentou o advogado.
Santos não resistiu aos ferimentos e morreu na última sexta-feira, 24. O segurança foi preso nesta segunda, 27, em Arujá, na região metropolitana de São Paulo. O inquérito foi instaurado como suspeita de homicídio.