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Protesto em Salvador reúne 500 estudantes por passe livre e segurança

2 ago 2013 - 17h15
(atualizado às 17h21)
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<p>Alunos da Escola Modelo Luiz Eduardo Magalhães, localizado na avenida San Martin, bloqueiam a via no início da manhã desta sexta-feira pedindo mais segurança em Salvador</p>
Alunos da Escola Modelo Luiz Eduardo Magalhães, localizado na avenida San Martin, bloqueiam a via no início da manhã desta sexta-feira pedindo mais segurança em Salvador
Foto: Joa Souza / Ag. A Tarde / Futura Press

Uma manifestação de cerca de 500 estudantes de um colégio estadual de Salvador fechou pela manhã desta sexta-feira os dois sentidos da avenida General San Martin, que liga duas importantes regiões da cidade - Retiro e Largo do Tanque. O trânsito ficou comprometido no local, mas foi liberado por volta das 10h, quando o ato terminou. De acordo com a Polícia Militar, os alunos do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães reivindicavam passe livre e mais segurança.

A manifestação na capital baiana foi realizada no contexto de outros protestos no País, que vêm ocorrendo desde o último mês. Nesta semana, os principais focos foram São Paulo, com protestos contra o governador Geraldo Alckmin; e o Rio de Janeiro, por causa do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, morador da favela da Rocinha, desaparecido desde o último dia 14, depois de ser levado por policiais militares para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade.

Ontem, três pessoas foram presas em São Paulo por pichar uma farmácia no centro da cidade. No Rio, manifestantes fecharam no final da tarde a autoestrada que liga a zona sul da cidade à Barra da Tijuca.

Outros atos têm sido realizados em diversas cidades, contra medidas do governo - especialmente o Programa Mais Médicos e o Ato Médico. No início da semana, profissionais da saúde em vários estados e no Distrito Federal paralisaram suas atividades.

Os aeroportuários também se mobilizaram durante a semana e entraram em greve contra a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Os trabalhadores pedem melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Na quarta-feira, vários aeroportos do país funcionaram em operação padrão, o que fez com que o governo acionasse um plano especial na tentativa de manter a normalidade dos serviços.

Protestos mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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