Professora relata ter sido mordida por criança de 5 anos e registra queixa na delegacia
Conforme o Sindicato dos Professores (Sinpro), a representação foi feita contra a mãe do estudante, que teria ameaçado a educadora
Professora do DF registrou queixa após ser mordida por aluno de 5 anos e ameaçada pela mãe da criança; o caso está sob investigação pela Polícia Civil e Secretaria de Educação.
Uma professora registrou queixa na Polícia Civil do Distrito Federal após relatar ter sofrido uma mordida de uma criança de cinco anos em sala de aula. O fato ocorreu no Centro de Educação Infantil 1, no Paranoá, na tarde de terça-feira, 23. Conforme o Sindicato dos Professores (Sinpro), a representação foi feita contra a mãe do estudante.
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Ao Terra, o Sindicato afirmou que o aluno envolvido "tem condutas indisciplinadas, não respeitando a direção escolar e a professora". Conforme o Sinpro, é comum que a criança "saia correndo pela escola e vá para o estacionamento sem respeitar ninguém".
Segundo a entidade, no dia do ocorrido, o estudante "estava batendo em outros alunos e desrespeitando a professora", que, ao tentar contê-lo, "foi arranhada, chutada e cuspida pela criança". A professora teria agido com calma para acalmá-lo e o levou para fora da sala "para que as outras crianças não vissem a situação", contando com o apoio de outras professoras. "Em momento algum ficou sozinha com a criança", afirma a nota.
O Sinpro relata ainda que a professora ligou para a mãe para buscar o aluno, como já teria acontecido em outras ocasiões. A mãe foi informada de todo o ocorrido. No entanto, "no outro dia a tia da criança voltou à escola junto com outro familiar, passando a acusar injustamente a professora de agredir a criança, o que não é verdade".
O sindicato alega que "há câmeras na escola que atestam que nunca houve qualquer agressão à criança e diversas testemunhas corroboram isso", destacando que "a professora tem reputação ilibada dentro da escola e não possui registros disciplinares".
A nota do Sinpro informa também que a professora "foi gravemente ameaçada pela mãe do aluno que afirmou que as coisas 'se resolveriam lá fora', em tom intimidatório". A situação, segundo a entidade, deixou a docente "preocupada, abalada e com receio, tendo inclusive que pegar atestado médico".
Diante dos fatos, foi registrado boletim de ocorrência pelas ameaças, e a professora realizou exame de corpo de delito para constatar que foi mordida pelo aluno. O Conselho Tutelar foi informado pela direção sobre o ocorrido.
"A professora, que foi injustamente vítima de ameaças gravíssimas jamais agrediu aluno algum, sempre prezando pela sua profissão e entregando um trabalho honroso para toda comunidade escolar, que é e continua sendo o seu desejo", acrescenta o sindicato.
De acordo com a Polícia Civil, o fato, classificado como lesão corporal e ameaça, ainda está em apuração. A versão da professora, que se apresenta como vítima, foi registrada, e ela foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML).
O que diz a Secretaria de Educação
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal informou que recebeu, nesta quarta-feira, 24, por meio de sua Ouvidoria, a denúncia envolvendo um estudante e a docente. O caso foi encaminhado à Corregedoria para as devidas providências.
No âmbito das competências da Corregedoria da SEEDF, a pasta afirma que os fatos estão sendo apurados em Processo Sigiloso, em conformidade com a Instrução Normativa nº 02/2021, da Controladoria-Geral do Distrito Federal. Ressalta, ainda, que boletins de ocorrência foram registrados por ambas as partes envolvidas.
"A Pasta repudia de forma veemente qualquer manifestação de violência no ambiente escolar, acompanha atentamente as investigações em curso e reafirma seu compromisso institucional de assegurar um espaço educacional seguro, íntegro e respeitoso para todos", acrescentou.