PUBLICIDADE

Ponte estaiada dita "tendência" e inspira clones na Grande SP

3 mai 2010 - 08h02
(atualizado às 09h40)
Compartilhar

Hermano Freitas
Direto de São Paulo

Técnica dos estais foi usada em ponte para não inerromper trânsito na Via Dutra
Técnica dos estais foi usada em ponte para não inerromper trânsito na Via Dutra
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Se é bonita e funcional a ponte Octavio Frias de Oliveira, que faz a ligação da avenida Roberto Marinho aos dois sentidos da Marginal Pinheiros, em São Paulo, é assunto para debate. Mas é fato que, dois anos após a inauguração, ocorrida em maio de 2008, ela dita uma tendência e já inspirou ao menos dois clones na região metropolitana: um em Guarulhos e outro na zona leste.

As duas estruturas - ainda em fase de construção, mas já visíveis ao motorista - utilizam a técnica dos estais (cabos de aço resvestido como sustentação) que deu nome à ponte da zona sul da capital paulista - também chamada "ponte estaiada".

Em comum com a original, a técnica dos estais facilita erguer um vão largo entre as duas extremidades e também viabiliza a obra em locais onde o trânsito nunca pode ser interrompido. Os estais mantêm a ponte suspensa enquanto ainda é construída e por baixo os carros podem transitar normalmente. No caso das novas pontes, respectivamente, na rodovia presidente Dutra e na radial Leste.

O engenheiro da Secretaria de Obras de Guarulhos, Mário Luís Dores, nega inspiração estética na ponte Frias. Segundo ele, a técnica dos estais foi utilizada no caso do viaduto da avenida Paulo Faccini - que ainda não recebeu nome oficial - pelo fato de não haver horário em que a Via Dutra possa ser bloqueada para a obra. "Com 5 mil veículos por hora na mais importante rodovia do País, seria inviável interromper este fluxo", explica.

Em construção desde janeiro de 2007 e com previsão de entrega ainda no primeiro semestre deste ano, a obra da prefeitura de Guarulhos em parceria com o governo federal tem 28 estais, contra 144 da primeira ponte estaiada. A ligação é de 110 m em uma extremidade contra 70 m na outra, num total de 180 m. A diferença é grande também no preço: custou R$ 58 milhões, contra R$ 280 milhões da ponte Frias.

Kassab admite opção "estética"

Ao contrário da administração de Guarulhos, a gestão de Gilberto Kassab (DEM) admite a intenção de fazer bonito na utilização da técnica no viaduto Estaiado Padre Adelino, na zona leste. Em nota oficial, a prefeitura disse que a opção por estais, além de ser a mais adequada devido ao grande vão de 122 m, deu à obra "beleza estética".

O chamado complexo viário Padre Adelino prevê ainda o viaduto Catiguá/Belém e o alargamento do viaduto Pires do Rio, com o acréscimo de duas faixas de rolamento. As estruturas estão sendo readequadas para suportar tráfego mais intenso e pesado, o que possibilitará a retirada de semáforos da avenida Salim Farah Maluf. O custo total da obra é de R$ 114 milhões.

Os estais são formados por 48 cordoalhas de cabos de aço com durabilidade aproximada de 100 anos. Em caso de acidentes, os estais podem ser trocados sem a necessidade de interdição da via para reparos.

Em construção desde 2007, a prefeitura prevê que a nova ponte estaiada de São Paulo seja entregue até o segundo semestre deste ano. Até lá, sempre que o motorista passar por uma das novas pontes terá a impressão de já ter visto coisa parecida antes.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade