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MG: secretário admite erro e nega pressa em obra de viaduto

José Lauro Nogueira chegou a elogiar a construtora responsável pela obra e classificou o evento como um "acidente"

4 jul 2014 - 12h27
(atualizado às 16h00)
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Nogueira (à dir.) afirmou que obras do viaduto não foram celeradas
Nogueira (à dir.) afirmou que obras do viaduto não foram celeradas
Foto: Thiago Tufano / Terra

O secretário de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, José Lauro Nogueira, admitiu, nesta sexta-feira, erro durante as obras do viaduto Guararapes, que caiu na tarde de ontem e matou duas pessoas, deixando outras 23 feridas na região da Pampulha, na capital mineira. Nogueira elogiou a construtora Cowan, responsável pela obra e vencedora da licitação, e classificou o evento como um “acidente”, dizendo não ter havido pressa para entrega do viaduto, que fazia parte de obras do BRT Move.

“Entendemos que sim houve um erro e como eu disse estamos em uma etapa de identificação das causas do problema. A responsabilidade é solidária de várias entidades e empresas. A licitação pública como sempre, é um processo que selecionou excelentes empresas, com muita experiência. É necessário ter calma suficiente para que as causas sejam identificadas”, afirmou o secretário.

Peritos chegaram a afirmar que a retirada das chamadas escoras foi feita antes do tempo e que isso seria um dos fatores que teria causado a queda do viaduto em cima de quatro veículos, sendo dois caminhões, um ônibus e um carro de passeio.

“A questão da retirada das escoras é uma etapa técnica prevista em cronograma. Em nenhum momento elas foram retiradas contrariando os padrões de engenharia. Todos os tempos para que a estrutura fosse considerada estável, não é um processo automático. É uma tarefa que tem até sua execução uma série de etapas de exame testes executada. Tudo foi feito sem nenhum açodamento por parte das empresas e da prefeitura”, justificou. “Do ponto de vista técnico só posso classificar como acidente porque as medidas tomadas de execução e fiscalização estavam dirigidas para o sucesso da obra”, completou.

BH: Perícia analisa retirada prematura de escoras em viaduto:

Nogueira afirmou que a prefeitura e as empresas envolvidas irão colaborar com a Polícia Civil para que as investigações sejam feitas. Segundo ele, vistorias e análises estão sendo realizadas por engenheiros da administração municipal e de outras empresas isentas para que tudo ocorra de maneira correta.

BH: vídeo mostra desespero de feridos após queda de viaduto:

“Neste momento é importante satisfazer as necessidades da Polícia Civil, fornecendo elementos de projeto. Em seguida nós procederemos a demolição do trecho que impede o tráfego e outras medidas profiláticas objetivando a garantia da segurança”, afirmou. De acordo com o secretário, o trabalho de demolição e retirada dos escombros do viaduto Guararapes deve demorar 24 horas. Depois disso, o tráfego deve ser liberado.

Feridos e familiares terão acompanhamento psicológico

O secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta, afirmou que a Cowan arcou com as despesas de enterro e velório das duas vítimas fatais e disse que todos os envolvidos no acidente, incluindo familiares das vítimas, poderão ter um acompanhamento psicológico.

“O serviço da assistência psicossocial visita todos os que tiveram alta e que estão nos domicílios para acompanhar pós-alta hospitalar. Implantamos através do telefone 3277-6269, um serviço que vai funcionar para agendamento de consulta para todas as pessoas que necessitarem de apoio. Esse sistema não tem tempo para terminar”, afirmou.

De acordo com o secretário, dos 23 feridos, apenas um permanece internado no Hospital João XXIII, mas não corre risco de morte. Ele é um dos três funcionários da empresa que foram afetados pelo acidente.

Fonte: Terra
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