'Mainha do Crime' alugava armas e ficava com parte dos roubos: veja como funcionava a quadrilha
Segundo a polícia, Suedna financiava grupo que comete assaltos à mão armada em SP e seriam os responsáveis pela morte de ciclista no Itaim e delegado na zona sul. Ela foi presa na terça, 18
Conhecida como 'Mainha do Crime', Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, é apontada pela polícia como financiadora de uma quadrilha que comete assaltos à mão armada em São Paulo e estaria envolvida na morte do ciclista o ciclista Victor Medrado, que pedalava em frente ao Parque do Povo, no dia 13.
De acordo com as investigações, o grupo é formado por ao menos sete criminosos. Suedna alugava as armas em troca dos produtos roubados por eles, como celulares e joias. A polícia também apura a relação da quadrilha com o latrocínio que vitimou o delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior, de 32 anos, há cerca de um mês, na Chácara Santo Antônio.
Suedna foi presa na última terça, 18. Na casa dela, no Jardim Paraisópolis, foram encontrados R$ 21 mil em dinheiro, 18 celulares e equipamentos eletrônicos que estão sendo periciados.
Em 2022, ela foi presa e condenada a mais de dez anos pelos crimes dos quais é novamente suspeita: fornecer armas ilegais a criminosos em troca de prioridade para a compra dos bens por valores mais baixos. Na denúncia da época, o MP apontou que ela "teve em depósito, no exercício de atividade comercial clandestina, duas armas de fogo, 68 munições e dois carregadores" em situação ilegal.
Natural da Paraíba, ela ficou presa na Penitenciária Feminina da Capital e no Presídio Feminino de Franco da Rocha pouco mais de dois anos. No dia 21 de abril de 2024, foi expedido um ofício liberatório para a progressão para o regime aberto.
O juiz Adjair de Andrade Cintra autorizou a progressão por ter a ré atingido o lapso temporal exigido pela Lei de Execução Penal e devido ao bom atestado de conduta temporária. Ela ficou obrigada a cumprir as exigências do regime aberto, como não mudar de residência.
O advogado que defendeu Suedna na ação penal em que ela foi condenada disse que a mulher negou os crimes de receptação e que nunca se associou a criminosos. Ela era dona de um bar em Paraisópolis e dispunha de dinheiro vivo, por isso fazia também compra e venda de outros produtos.
Conforme o defensor - que pediu para não ser identificado porque já deixou o caso - a polícia invadiu a casa da mulher em plena pandemia de Covid-19, sem mandado de busca e sem que ela autorizasse. Na sentença, o juiz considerou a operação legal.
Cronologia da condenação de Suedna:
- 18/03/2022 - Prisão em flagrante
- 19/03/2022 - Decretada prisão preventiva
- 24/06/2022 - Sentença condenatória (10 anos, 6 meses e 22 dias-multas)
- 18/11/2022 - Negado provimento a recurso da ré
- 22/11/2023 - Progressão para o semi-aberto
- 21/04/2024 - Progressão para o regime aberto
- 17/09/2032 - Previsão para o cumprimento da pena total
- 13/07/2032 - Previsão para o cumprimento de pena considerando as remições