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'Há mães que não aguentam a dor e morrem também'; mulheres protestam no RJ após operação letal

Moradoras de diferentes comunidades reuniram-se em frente ao Palácio Guanabara e manifestaram-se contra ação que deixou mais de 130 mortos

29 out 2025 - 20h39
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Mães fazem protesto por mortos em operação no Rio de Janeiro: ‘Quando uma chora, todas choram’:

A perda de um filho é um acontecimento capaz de marcar para sempre a história de uma família. No Rio de Janeiro, cenário que foi palco da megaoperação que deixoum até o momento 132 mortos no Complexo da Penha, na Zona Norte, muitos cidadãos vivem a angústia de confirmar a morte de seus entes queridos — ou a aflição de não ter notícias sobre o paradeiro deles.

Mães que tiveram seus filhos mortos em operações policiais na capital carioca realizaram, na tarde desta quarta-feira (29), uma manifestação em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, sede do Governo do Estado, como forma de prestar solidariedade.

"Temos que ajudar essas mães no momento em que elas mais precisam. A gente já sabe como é essa dor. Tem seis anos que mataram o meu filho", declarou Maria Rúbia, de 60 anos.

Moradora do Complexo do Chapadão, também na Zona Norte, Maria Rúbia participa de um coletivo que presta apoio a mães de vítimas da violência letal de agentes públicos. "Temos mães no nosso grupo que não aguentaram essa dor e morreram. Hoje nós somos a voz dessas mães que não estão mais aqui", complementou. 

O protesto foi marcado por massiva presença policial no entorno do Palácio. Entre as manifestantes, também estava Ruth Salles, 56 anos, moradora do Engenho de Dentro e integrante do Fórum de Mulheres Negras Estadual e Movimento Parem de Nos Matar. Em determinado momento, Ruth fez um discurso duro contra o modelo político de segurança pública seguido por Cláudio Castro (PL). 

"Até quando a sociedade vai assistir calada esse genocídio do povo preto? (...) Nós, mães, mulheres negras, da favela, saímos para construir essa cidade, enquanto o governador extermina os nossos filhos", protestou.

O ato contou com outras mulheres de comunidades do Rio, sendo que algumas delas ainda buscam informações sobre familiares que estiveram envolvidos na megaoperação no Complexo da Penha. De acordo com Rúbia, ainda há corpos que não foram resgatados. "Sabemos que ainda têm corpos lá. Várias famílias ainda não encontraram com o ente querido. São mulheres, mães e irmãs", observou.

'A gente já sabe como é essa dor', diz mãe que perdeu filho em operação policial no RJ:

Mais cedo, o governador do RJ Cláudio Castro concedeu entrevista e classificou a operação, a mais letal da história da cidade, como um 'sucesso'. O chefe do executivo estadual solidarizou-se apenas com as famílias dos quatro policiais mortos durante a ação.

"Temos muita tranquilidade de defendermos tudo que fizemos ontem. Queria me solidarizar com a família dos quatro guerreiros que deram a vida para salvar a população. De vítima ontem lá, só tivemos esses policiais", disse.

A ação da terça-feira, 28, ainda prendeu 81 suspeitos e apreendeu 90 fuzis. A Polícia Civil, contudo, esperava que cem traficantes fossem detidos. O principal alvo era Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso. Ele é uma das lideranças do Comando Vermelho, mas não foi localizado pelos agentes que estiveram na operação.

Fonte: Portal Terra
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