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Empresas de ônibus prometem pagar 13.º salário de funcionários para encerrar greve em SP

Categoria reclamava de 13º salário e vale-refeição das férias

9 dez 2025 - 22h36
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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) anunciou por volta das 22h desta terça-feira, 9, o encerramento da greve de motoristas e cobradores de ônibus que havia sido iniciada por volta das 16h.

A categoria reivindicava o pagamento do 13.º salário e do vale-refeição das férias. Algumas empresas que prestam o serviço de transporte público municipal haviam avisado seus empregados que não conseguiriam pagar os valores até esta sexta, 12, prazo acordado previamente.

Nesta noite, após cerca de 2h de reunião com representantes das companhias, o prefeito afirmou que elas se comprometeram a cumprir o prazo de pagamento. "Se, eventualmente, — o que eu não acredito (que vá ocorrer) — alguma empresa não faça o pagamento dos seus colaboradores no dia 12, no dia 13, inicia-se o processo de caducidade e encerramento do contrato (da Prefeitura com a companhia)", declarou Ricardo Nunes à imprensa.

Entenda o que aconteu

Veículos começaram a ser retirados de circulação a partir das 16h e a paralisação teve reflexos em todas as regiões da cidade. Faltou transporte público no Parque Dom Pedro II, no centro, em Tremembé e no Tucuruvi, zona norte, no Grajaú e em Campo Limpo, zona sul, na Lapa, na zona oeste, e no Tatuapé, na zona leste.

A Prefeitura de São Paulo determinou a suspensão do rodízio de veículos na tarde desta terça em razão da paralisação. Afirmou ainda que determinou o registro de um boletim de ocorrência contra as empresas que aderiram à greve.

Quem optou pelo sistema sobre trilhos também enfrentou dificuldades. As linhas 13-Jade e 10-Coral da CPTM apresentaram falhas nesta terça-feira. Os trens da linha 10 circularam com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, devido a problemas técnicos. Já na linha 13, os trens não circularam entre as estações Luz e Palmeiras-Barra Funda.

Conforme representantes do sindicato dos motoristas e trabalhadores, o SindMotoristas, a paralisação ocorreu por causa do não pagamento do 13.º salário e do vale-refeição referente às férias, que estaria previsto para esta semana.

Em vídeo direcionado a motoristas e cobradores, o prefeito Ricardo Nunes afirmou que a justificativa era infundada e classificou os empresários à frente das concessionárias como "irresponsáveis". "O pagamento do 13.º é um direito do trabalhador", afirma.

"Só foi comunicarem nas garagens que o trabalhador já se revoltou e começou a fazer o recolhimento dos ônibus", afirma Nailton Francisco de Souza, secretário de organização e relações do trabalho do sindicato dos motoristas.

Segundo ele, a categoria já vinha insatisfeita desde o fim de novembro, quando parte dos representantes das concessionárias pediram um adiamento do prazo da primeira parcela do 13.º salário, prevista para o fim de novembro. Ao saber que o pagamento não seria mais feita nesta terça, teria ocorrido uma insatisfação "generalizada e espontânea", apoiada pelo entidade.

A alegação dos representantes das concessionárias para pedido de adiamento dos pagamentos teria sido que houve atrasos em repasses da Prefeitura, o que teria impossibilitado o pagamento nesta semana. O prefeito Ricardo Nunes nega.

Procurado, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) ainda não retornou.

O estopim para o anúncio foi uma carta enviada pelas empresas de ônibus nesta terça solicitando adiamento dos pagamentos, o que teria conflitado com o que foi acordado anteriormente.

Na carta, obtida pelo Estadão, representantes dos consórcios afirmam que o pedido de dilação do prazo decorre de uma reunião feita nesta terça junto à Secretaria da Mobilidade e Transporte de São Paulo (SMT).

Nas redes sociais, passageiros relatam os impactos da paralisação em dia chuvoso na capital. "Pensando como irei voltar pra casa", escreveu um usuário no X (antigo Twitter).

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que "os repasses às empresas de ônibus estão em dia e o pagamento do 13º salário dos trabalhadores é de responsabilidade exclusiva das concessionárias".

"A pedido do prefeito Ricardo Nunes, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Transporte e SPTrans registraram nesta terça-feira um boletim de ocorrência contra as empresas que aderiram a uma paralisação sem aviso prévio, ferindo gravemente a legislação", afirma a pasta.

"A gestão se solidariza com todos os passageiros que dependem do transporte público e que hoje sofrem com o descaso, irresponsabilidade e falta de compromisso dessas companhias com a população", acrescenta a Prefeitura.

Paulistas reclamam de greve em horário de pico e de chuva e sem aviso prévio

Nas redes sociais, diversos passageiros reclamaram de a greve ocorrer durante chuva, horário de pico e sem ter aviso prévio. Também há queixas sobre o preço de aplicativos de transporte. Uma usuária publicou prints mostrando corridas que variam de R$ 157 a R$ 271.

Outro usuário, na zona oeste, também critica corridas acima de R$ 100 .

A usuária Luciane relatou ausência de ônibus no Terminal Tucuruvi, na zona norte. "Terminal cheio, sem ônibus da Sambaíba desde 16h30. Ônibus foram recolhidos para a garagem. Trabalhador sofrendo no retorno pra casa", escreveu no X. A passageira Lua Coelho também reclamou da situação no local: "o Tucuruvi ta um caos".

O Terminal Santana, também na zona norte, também estava cheio, conforme foto publicada por um perfil. "Quando fico presa em Santana no meio da chuva pq tá tendo greve de ônibus e não sei como voltar pra casa pq o uber tá dando mais de 50 reais kkkkkkkkkkkkk", escreveu outra usuária chamada Gabi.

Uma usuária no Terminal Santa Cruz, na zona sul, afirmou às 16h38 que "os motoristas estão falando que não vão sair pois estão de greve". Outro passageiro na zona sul critica os preços de transportes por aplicativo para um trajeto de 3 km: os valores variam de R$ 35 a R$ 63, segundo ele. Ele ainda publicou uma foto mostrando o alerta sobre a paralisação.

No Terminal Barra Funda, uma usuária afirmou que o local está "lotado e as vans entupidas de filas".

Na zona sul, o técnico de eletrônica Lucas apontou estar há mais de uma hora esperando "no ponto de ônibus, tomando chuva por causa dessa greve". Segundo ele, o transporte de aplicativo para seu destino está 100 reais.

A moradora de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, Amanda Pernella também disse estar enfrentando dificuldades para conseguir ônibus na capital para voltar para casa. Ela ainda relata que a Linha 11-Coral está com problemas técnicos, informação confirmada pela CPTM. "Ótimo dia para voltar de férias", escreveu.

Estadão
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