Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

'Ciclo criminoso': grupos atuam de forma associada para adulterar bebidas em SP, diz polícia

Seis pessoas foram presas em operação nesta terça, 14. Ação faz parte da investigação para identificar os responsáveis por adulterar bebidas alcoólicas com metanol

14 out 2025 - 13h24
Compartilhar
Exibir comentários

A Polícia Civil de São Paulo prendeu seis pessoas em flagrante por falsificação de bebidas em operação realizada nesta terça, 14. Ainda é necessário perícia para confirmar se os produtos adulterados pelos suspeitos continham metanol.

Segundo o diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ronaldo Augusto Sayeg, a ação "revela um ciclo criminoso, que funciona por etapas" em um esquema integrado de produção.

"A partir da prisão anterior de um intermediário forte, um cara que comprava a garrafa vazia e vendia para destilarias clandestinas, conseguimos identificar hoje as outras pontas neste ciclo", explica.

"Vimos estabelecimento com garrafas vazias que, pela investigação, esse intermediário comprava. E vimos também destilarias clandestinas, com as mesmas garrafas, mas com bombonas, com líquidos —que vamos periciar, evidentemente, com a perícia química, que demora um pouco — para fazer o envase", aponta Sayeg.

Delegada responsável pela operação desta terça, Leslie Caran Petrus, afirma que todos os envolvidos "têm plena consciência da falsificação."

"A quebra da comunicação telemática mostrou que são pessoas que se comunicam e atuam de forma associada, têm inúmeras transferências bancárias", declarou. Ela ainda disse haver indícios de que havia envio de bebidas e insumos para outros Estados, além de São Paulo.

O secretário adjunto de Segurança Pública de São Paulo, Oswaldo Nico Gonçalves, afirmou que a polícia paulista prepara uma ação conjunta com outros seis Estados para combater a distribuição ilegal de bebidas adulteradas.

Laboratório de adulteração

A Polícia Civil de São Paulo localizou um laboratório clandestino usado para adulterar bebidas em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. De acordo com as investigações, o suspeito comprava garrafas de uísque de R$ 3 mil, adulterava manualmente e vendia por preço similar para não gerar suspeita.

"Esse indivíduo adquiria garrafas de bebidas de renome, marcas que custam de R$ 3 a 4 mil. Então, ele comprava por 10% do valor da garrafa original. Eram enviados também os lacres, as tampinhas falsas, tudo isso. A partir disso, ele tinha as bombonas de uísque e de outras bebidas falsas e ele fazia de uma forma manual, botava o funil, colocava aquela bebida falsa, fechava, lacrava e revendia", explicou a delegada Leslie Caran Petrus.

Ele foi preso nesta terça-feira, 14, durante operação contra rede criminosa envolvida na produção e venda de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. A ação é coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Ao todo, são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara.

O objetivo é localizar e apreender produtos, maquinários e materiais utilizados para a produção de bebidas falsificadas, além de celulares, documentos e outros objetos que possam auxiliar na identificação dos envolvidos e na comprovação dos crimes.

O Brasil registra 32 casos confirmados de intoxicação por metanol, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 13. Há ainda 181 ocorrências em investigação e 320 suspeitas descartadas. Cinco mortes pelo consumo da substância foram confirmadas, todas no Estado de São Paulo - três na capital, uma em São Bernardo do Campo e outra em Osasco.

Com 100 casos em investigação, São Paulo continua sendo também o Estado com o maior número de ocorrências confirmadas para a intoxicação da substância, com 23 notificações.

Estadão
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade