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Brasil teme atraso da AstraZeneca e busca alternativas

O governo brasileiro teme atraso na entrega da vacina desenvolvida no Reino Unido pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford

3 ago 2020 - 20h16
(atualizado às 20h35)
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Mulher segura recipiente com adesivo "Vacina Covid-19"
10/04/2020
REUTERS/Dado Ruvic
Mulher segura recipiente com adesivo "Vacina Covid-19" 10/04/2020 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

O Brasil está buscando alternativas junto a demais produtores de vacinas para a Covid-19 diante de um possível atraso no desenvolvimento do imunizante da Universidade de Oxford com o laboratório britânico AstraZeneca, que foi escolhido pelo governo federal como principal aposta para proteger a população do novo coronavírus, afirmou nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.

"Nós evidentemente buscamos soluções alternativas por se tratar de uma encomenda tecnológica e haver um grau de incerteza", disse o secretário em entrevista coletiva na sede do ministério, transmitida ao vivo pela internet.

"Embora nos pareça remota, existe a possibilidade de atraso no desenvolvimento da vacina, embora seja a que esteja mais avançada, e nós temos buscado alternativas, só que nessas alternativas sem possibilidade, pelo menos até o momento, de transferência de tecnologia como nessa parceria com a AstraZeneca", acrescentou.

O Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram um memorando de entendimento com a AstraZeneca na semana passada que estabelece as bases para um acordo que prevê o fornecimento de até 100 milhões de doses da vacina e a transferência de tecnologia para produção local pelo laboratório federal localizado no Rio de Janeiro.

O ministério concordou em pagar 97 milhões de dólares por 30 milhões de doses antes mesmo dos resultados dos testes que estão sendo realizados atualmente com a vacina no Brasil e em outros países, de forma a garantir preferência para mais 70 milhões de doses se a eficácia for comprovada.

Segundo o ministério, serão investidos mais de 1,9 bilhão de dólares no total no acordo, sendo 1,3 bilhão referentes à encomenda tecnológica e o restante para processamento e adaptações necessárias às áreas produtivas e de controle de qualidade da Fiocruz.

Além do acordo da Fiocruz com a AstraZeneca, o Brasil tem outras frentes para possível obtenção de uma vacina para a Covid-19. O Instituto Butantan, do governo de São Paulo, firmou acordo com a empresa chinesa Sinovac Biotech para teste e desenvolvimento de uma possível vacina, enquanto o governo do Paraná se associou à também chinesa Sinopharm para realização de testes de uma outra candidata.

O Ministério da Saúde também já afirmou que negocia a possível compra da vacina em desenvolvimento pelo laboratório norte-americano Moderna, e também tem no radar a possível vacina da parceria Pfizer/BioNTech, que será testada no Brasil a partir deste mês.

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